Javier Salazar Calle - Ndura. Filho Da Selva стр 8.

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A culpa de tudo era minha, eu havia arrastado meus amigos a este lugar infernal, por minha culpa haviam morrido. Se lhes tivesse dado ouvidos estaríamos agora voltando da Itália com um monte de fotos de Veneza e algum cartão postal da Toscana. Culpa minha, tudo era culpa minha.

Estava sedento e meu estômago rugia sem parar. Tinha um dilema:  Comia em condições para recuperar as forças ou economizava devido a escassez de comida de que dispunha e me arriscava a que me acontecesse algo? Seria de se supor que em uma selva conseguir comida e água deveria ser fácil, ou era o que acreditava nestes momentos, e eu tinha muita fome. Assim, optei por beber uma das latas de refresco e comer os biscoitos mordiscados, afastando as formigas aos sopros, e o sanduíche. Abrandei um pouco o apetite voraz. Guardei o marmelo, pensando que demoraria mais a estragar. Logo caí no sono pelo cansaço e por não ter podido dormir na noite anterior.

Quando despertei, ouvi um sibilo bem próximo. Devia haver uma serpente ao meu lado. Fiquei completamente quieto tentando aguçar o ouvido para descobrir onde poderia estar. O medo me comprimiu o estômago e começou a me dificultar a respiração. Uma vez havia visto uma reportagem sobre umas serpentes que se chamavam "serpentes dos três passos", porque quando mordiam só dava tempo de dar três passos antes de cair morto. No fundo isso não seria má situação, mas se me mordesse uma que me fizesse agonizar durante horas, perdendo o controle do corpo pouco a pouco, chegando ao paroxismo da loucura tinha tanto medo de sofrer, tanto pânico da dor. Se fosse morrer, que fosse rápido, quase o desejava para me libertar da situação em que estava. Eu merecia. Parecia que o sibilo estava cada vez mais próximo, também podia ouvir o estalar das folhas pela sua passagem. Vinha na minha direção, estava certo. Quase podia sentir como se deslizava por cima do meu corpo, subindo pela perna na direção do meu pescoço, quase estava chegando, ia me morder. Fechei os olhos por um momento e respirei profundamente tentando me acalmar. Logo voltei a abrir os olhos e, sem me mexer nem um centímetro, girei-os em todas as direções tentando localizá-la. Por fim consegui vê-la. Estava quieta enroscada um galho de uma árvore a três metros à minha direita, a uns dois metros de altura. Somente movia a cabeça de um lado para outro, como se vigiasse algo. Era de cor verde com um leve toque azulado, um pouco amarelada nas costas, com a cauda longa, com algo mais de um metro de comprimento e o corpo delgado, como se comprimido lateralmente, quase invisível entre as folhas8. Quando se deslizou pelos galhos pude ver que tinha o ventre esbranquiçado.

Quando despertei, ouvi um sibilo bem próximo. Devia haver uma serpente ao meu lado. Fiquei completamente quieto tentando aguçar o ouvido para descobrir onde poderia estar. O medo me comprimiu o estômago e começou a me dificultar a respiração. Uma vez havia visto uma reportagem sobre umas serpentes que se chamavam "serpentes dos três passos", porque quando mordiam só dava tempo de dar três passos antes de cair morto. No fundo isso não seria má situação, mas se me mordesse uma que me fizesse agonizar durante horas, perdendo o controle do corpo pouco a pouco, chegando ao paroxismo da loucura tinha tanto medo de sofrer, tanto pânico da dor. Se fosse morrer, que fosse rápido, quase o desejava para me libertar da situação em que estava. Eu merecia. Parecia que o sibilo estava cada vez mais próximo, também podia ouvir o estalar das folhas pela sua passagem. Vinha na minha direção, estava certo. Quase podia sentir como se deslizava por cima do meu corpo, subindo pela perna na direção do meu pescoço, quase estava chegando, ia me morder. Fechei os olhos por um momento e respirei profundamente tentando me acalmar. Logo voltei a abrir os olhos e, sem me mexer nem um centímetro, girei-os em todas as direções tentando localizá-la. Por fim consegui vê-la. Estava quieta enroscada um galho de uma árvore a três metros à minha direita, a uns dois metros de altura. Somente movia a cabeça de um lado para outro, como se vigiasse algo. Era de cor verde com um leve toque azulado, um pouco amarelada nas costas, com a cauda longa, com algo mais de um metro de comprimento e o corpo delgado, como se comprimido lateralmente, quase invisível entre as folhas8. Quando se deslizou pelos galhos pude ver que tinha o ventre esbranquiçado.

Fiquei mais um pouco sem me mover, escutando, até que me convenci de que era essa que havia escutado e o resto havia sido fruto de minha imaginação. Levantei-me devagar e observando atentamente o solo em busca de outra serpente, mas a que via era a única. Pelo menos a única que localizei. No princípio pensei em dar uma volta e me distanciar, mas logo me lembrei de que sempre diziam que a carne de serpente tinha gosto semelhante à de frango, que era muito boa. Ou assim contavam os avós como anedotas da Guerra Civil e da fome que passaram. Parecia uma boa oportunidade de conseguir comida e, se tiver gosto bom, melhor ainda. Procurei uma vara comprida com ponta em forma de "V" para tentar prender-lhe a cabeça. Também tirei a navalha do bolso, a abri e a coloquei no cinto da bermuda. Encontrei um galho caído adequado e lhe dei a forma que buscava, recortando uma das extremidades em forma de V e sem perder a serpente de vista. O processo de preparação me pareceu interminável e me esgotou ao extremo, ainda que na realidade não exigisse nenhum esforço físico considerável.

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