Danilo Clementoni - Interseção Com Nibiru стр 9.

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O que estão vendo...

é a minha tenda exclamou Elisa antes que Azakis pudesse terminar a frase.

Exatamente. Agora observem.

De repente, era como se a cobertura da tenda tivesse desaparecido e ela podia ver perfeitamente todos os objetos dentro.

Minha mesa, meus livros... inacreditável!

Se houvesse alguém dentro, eu poderia lhe mostrar o calor gerado pela circulação sanguínea e portanto, poderia também calcular seu ritmo cardíaco.

Decididamente satisfeito com a demonstração, o alienígena começou a vagar orgulhoso pela sala.

Entretanto o Coronel, que ainda não havia se recuperado do espanto, de repente parecia ter sido atingido por um trovão, e exclamou de modo grosseiro: Que quer dizer, "houvesse alguém"? Deveria haver alguém. Onde diabos estão os dois prisioneiros?

Elisa foi mais para perto da tela para ter uma visão melhor. Talvez foram levados. Poderíamos ter uma visão completa do restante da instalação?

Sim, claro.

Em alguns segundos, Azakis começou a mostrar uma visão geral do acampamento. Os sensores examinaram todos os lugares, mas não havia sinal dos dois prisioneiros.

Devem ter escapado disse o Coronel laconicamente. Isso quer dizer que logo os encontraremos sob os nossos pés de novo. Felizmente o General foi levado a um lugar seguro por meus homens. Esses três são capazes de causar mais danos que o próprio diabo.

Não importa disse Elisa. Temos problemas muito maiores agora.

Ela mal terminou a frase quando a porta do módulo de comunicação interna número três se abriu. Uma moça atraente saiu de dentro, com passos suaves e sinuosos. Estava segurando um tipo de bandeja totalmente transparente, em que haviam recipientes diferentes e coloridos.

Senhoras e Senhores anunciou Azakis pomposamente, mostrando um dos seus melhores sorrisos. Permitam-me apresentar a vocês a navegadora mais encantadora de toda a galáxia.

Jack, cujo queixo caíra de deslumbramento, somente conseguiu gaguejar "Olá", antes de receber uma cotovelada no lado direito, bem entre as costelas.

Bem-vindos a bordo disse ela, num inglês um pouco vacilante. Espero que estejam com fome. Trouxe algo para comerem.

Obrigada, é muito amável disse Elisa furiosamente, os olhos faiscando para o seu homem.

A moça não disse mais nada. Colocou a bandeja num suporte à esquerda deles e seu rosto se iluminou com um lindo sorriso, e então alguns segundos depois, desapareceu de novo para dentro do mesmo módulo em que chegara.

Bonita, não? comentou Azakis, observando o Coronel.

Bonita? Quem? O quê? Jack se apressou a responder, atento à cotovelada que acabara de receber.

Azakis explodiu em gargalhadas, e com um aceno de mão, convidou-os a se servirem.

Que raios é isso? murmurou Elisa, enquanto cheirava de maneira deselegante os diversos pratos.

Fígado de Nebir o alienígena se apressou a enumerar, Hanuk e raízes cozidas de Hermes, tudo acompanhado por, digamos, uma bebida "energética".

Completamente diferente do restaurante Masgouf comentou laconicamente Elisa. Como estou faminta, vou experimentar.

Ela apanhou um pedaço de costela com as mãos, e sem muito esforço, começou a mastigá-lo até o osso. Essa comida não vai dar uma enorme dor de barriga, não é Zak? Experimente também, meu amor. O gosto é um pouco estranho, mas não é de todo ruim.

O Coronel, que estava observando Elisa horrorizado enquanto ela devorava todas aquelas comidas esquisitas da bandeja, sem reservas, apenas murmurou: Não, não, obrigado. Não estou com fome.

Em vez disso, sua atenção se prendeu à estranheza da bandeja e aos recipientes usados como pratos. Ele apanhou um de cor vermelho vivo e testou sua consistência. Era esquisito e bem gelado. Mais gelado do que deveria ser, e apesar disso, a comida estava fervendo. Percorreu levemente, com a ponta do indicador, a superfície. Era incrivelmente liso. Não parecia ser de metal nem de plástico. Por outro lado, como poderia ser plástico? Eles o utilizavam para propósitos completamente diferentes. A outra coisa mais bizarra era que, apesar da perfeição do acabamento da superfície, não havia absolutamente nenhum reflexo. A luz parecia ser engolida pelo material misterioso. Colocou o ouvido perto da superfície lisa, e com o nó do dedo médio, começou a dar batidinhas. Inacreditavelmente, o recipiente não emitiu nenhum som. Era como bater num grande pedaço de algodão.

Mas do que esses objetos são feitos? perguntou, extremamente curioso. E a bandeja? Parece ser do mesmo material.

Um pouco surpreso com a estranha pergunta, Azakis também se aproximou da bandeja. Apanhou outro recipiente, verde pálido, e ergueu-o ao nível dos olhos.

Na realidade, não é um "material".

Em que sentido? O que quer dizer?

O que vocês usam para segurar objetos, comida, líquidos ou substâncias em geral?

Bem, normalmente usamos caixas de madeira ou papelão para transportar materiais. Para servir comidas, usamos panelas de metal, pratos de cerâmica e copos de vidro. Para transportar ou guardar comidas e líquidos em geral, usamos recipientes plásticos de formatos diversos.

Plástico? Está falando do plástico em que estamos interessados? perguntou Azakis, espantado.

Creio que sim respondeu o Coronel suavemente. Na verdade, o plástico se tornou um dos maiores problemas da poluição do nosso planeta. Vocês até nos disseram que encontraram quantidades exageradas em todos os lugares Ele fez uma breve pausa e acrescentou: É por isso que sua oferta de recolhê-lo nos atraiu tanto. Talvez encontramos a solução para um enorme problema.

Então, se entendi direito, vocês usam plástico como recipientes e então jogam tudo fora sem restrições, poluindo todos os cantos do seu planeta?

Exatamente respondeu Jack, cada vez mais envergonhado.

Mas isso é loucura, é absurdo. Estão se envenenando com as próprias mãos.

Bem, se também levar em conta toda a fumaça causada pelos meios de locomoção, das fábricas e sistemas de geração de energia, nós realmente conseguimos fazer coisas piores. Sem mencionar o lixo radioativo que não sabemos como eliminar.

São completamente malucos! Estão destruindo o planeta mais belo de todo o sistema solar. E infelizmente, é nossa culpa também.

Como assim?

Bem, fomos nós que modificaram seu DNA, há centenas de milhares de anos ou mais. Demos a vocês uma inteligência superior a quaisquer outros seres na Terra e para quê a usaram?

Para arruinar o planeta Jack disse cabisbaixo, como um estudante levando bronca do professor por não ter feito a lição de casa. Mas agora vocês estão de volta! Realmente espero que nos ajudem a consertar o estrago que fizemos.

Não acho que será fácil disse Azakis, tornando-se cada vez mais preocupado. De acordo com a análise de Petri do estado dos seus oceanos, vimos que a quantidade de peixes foi reduzida em oitenta por cento desde a última vez que estivemos aqui. Como isso foi acontecer?

A essa altura, Jack só queria que o chão se abrisse e o engolisse. Não há desculpa para isso foi tudo o que conseguiu dizer, quase num sussurro. Somos apenas um grupo de seres condescendentes, arrogantes, convencidos, tolos e irracionais.

Elisa, que esteve escutando em silêncio o discurso de Azakis, engoliu o último pedaço de fígado de Nebir, limpou os lábios com as mãos e então disse baixinho: Não somos todos assim, sabe?

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