Vamos! berrou para o magrelo que, mantendo a cabeça baixa, foi direto à porta do motorista. Enquanto seus dois amigos o cobriam, subiu no carro. Outra explosão, por trás dele, deixou uma série de buracos desalinhados na parede de chapas metálicas do barraco em frente.
Enquanto isso, os três agressores que foram pelos fundos, surgiram na entrada principal do restaurante e se juntaram aos seus colegas no tiroteio. A mira deles era definitivamente melhor. Uma bala atingiu o espelho esquerdo traseiro, que se dividiu em mil pedaços.
Droga! exclamou o magrelo, ao abaixar a cabeça por instinto, e tentar ligar o carro.
General, entre berrou o gordão, lançando outra explosão na direção dos agressores.
Com a agilidade de um jovem, Campbell se jogou no banco de trás, no exato instante que uma bala voou perigosamente próxima da sua perna esquerda e se alojou na porta aberta. Com um movimento rápido, ele soltou o banco de trás e conseguiu passar para o bagageiro. Logo avistou uma série de granadas enfileiradas dentro de um contêiner de poliestireno. Sem parar para pensar, agarrou uma, e depois de remover o detonador, arremessou-a para os agressores.
Granada! berrou e se agachou.
Enquanto uma nova explosão de AK-47 quebrava a janela de trás e destruía o farol traseiro direito, a granada de mão rolou silenciosamente no meio do pequeno grupo de agressores, que cientes do perigo iminente, se atiraram no chão, agachando o máximo que podiam. A granada explodiu com um ruído ensurdecedor e um clarão ofuscante rasgou a escuridão da noite.
O gordão, aproveitando a manobra de surpresa do General, correu para o lado do passageiro, pulou a bordo, e com uma perna ainda para fora, gritou: Vai, vai!
O magrelo pisou no acelerador e o carro, guinchando os pneus, avançou direto para a velha porta do barraco abandonado. O veículo lançado em velocidade facilmente tirou proveito das chapas de metal enferrujadas do painel, que caiu pesadamente para dentro. O carro continuou em sua corrida maluca, destruindo tudo no caminho. Velhas panelas de barro, engradados de madeira podre, cadeiras e duas velhas luminárias foram arrastadas e jogadas para o ar, levantando uma grande nuvem de areia e entulho. O magrelo que dirigia estava tentando desviar o quanto podia, usando o peso do corpo para girar o volante para a esquerda e a direita, mas apesar de todo o seu esforço, ele não conseguiu desviar da coluna central de madeira podre que segurava o telhado, partindo-a por inteiro. O barraco deu uma chacoalhada, rangeu, e então, como se um enorme peso tivesse caído no telhado, literalmente comprimiu-se em si mesmo. Tudo isso aconteceu ao mesmo tempo em que os três, tendo derrubado a parede de fundo também, fugiram da velha oficina, seguidos de um barulho ensurdecedor e uma grande nuvem escura. O carro, agora descontrolado, bateu numa pilha de lixo deixada à beira da estrada, e finalmente parou.
Que inferno disse o General, que já havia batido a cabeça várias vezes no encosto de braço da porta. Quem te ensinou a dirigir assim?
Em resposta, o magrelo pisou no acelerador de novo, e tentou achar um caminho no meio do lixo. Vários trapos coloridos ficaram presos entre as rodas, e uma velha televisão ficou pendurada no para-choque traseiro. Ele teve que percorrer pelos detritos por um bom tempo antes de finalmente alcançar a beira da estrada. Com uma pancada seca, o carro atravessou o asfalto e os três estavam novamente na estrada principal, rumo à leste.
Quem diabos eram eles? perguntou o gordão enquanto se acomodava no banco e tentava fechar a porta.
Pergunte ao seu amiguinho dono do restaurante retrucou o magrelo.
Se eu conseguir pegá-lo de novo, vou fazê-lo engolir todos os seus talheres, incluindo as conchas.
Mas o que esperava, amigo? Já devia saber que não pode confiar em ninguém aqui E ao virar numa estrada secundária à direita, acrescentou: Pelo menos comemos alguma coisa.
O carro negro saiu crepitando na escuridão da noite, deixando uma trilha irregular de líquido estranho por onde passava.
Astronave Theos O Presidente
Mas da onde extrai energia para criar um campo de força tão potente? perguntou o Coronel intrigado, ao observar atentamente o suporte de vela que acabara de ser criado.
A energia está em tudo, em todos os lugares do Universo respondeu Azakis. Tudo que o forma, é feito de matéria, e a matéria não é nada mais que uma forma de energia e vice-versa. Mesmo os seres vivos não passam de formas simples de energia e matéria.
Somos feitos da mesma substância que as estrelas sussurrou Elisa extasiada, lembrando uma velha frase de alguém cujo nome não lhe via à mente naquele instante.
Concordo, mas a partir desse ponto até a possibilidade de aproveitá-la desse modo, é um grande salto disse o Coronel.
Ele estava quase pedindo mais esclarecimento, quando um som de blues, do seu celular, o interrompeu.
Agora quem diabos será? disse em voz alta, enquanto lia o nome do autor da chamada: "Camp AdderPrisão."
Coronel Hudson respondeu secamente no microfone.
Coronel, finalmente.
Imediatamente Jack reconheceu a voz do sargento negro que o acompanhara em muitas missões. Sargento, o que é?
Estive lhe procurando por horas. Onde está?
Ah, direi que estou correndo por aí como o vento. Mas, Sargento, qual é o problema?
Apenas queria informar-lhe de que seu pedido de transferência do General foi conduzido sem quaisquer transtornos.
Pedido de transferência do General? Que diabos está falando?
Tenho em minhas mãos uma ordem por escrito, assinada pelo senhor, autorizando o General Richard Wright e o Coronel Oliver Morris a transferir o General Campbell para um lugar ultrassecreto. Verifiquei e é a sua assinatura.
Mas eu não autorizei nada desse tipo O Coronel fez uma breve pausa e então disse: Onde está o General agora?
Não tenho ideia, senhor. Os oficiais que mencionei levaram-no sob custódia.
Droga, ele conseguiu fugir Então teve um palpite e disse: Sargento, seria capaz de descrever os dois soldados que levaram o General?
Certamente. Um era alto e magro e o outro mais baixo e obeso. Eles tinham...
Ok, Sargento, é suficiente. Eu compreendo. Obrigado.
Espero não ter feito asneira.
Não se preocupe, não foi culpa sua e encerrou a conversa.
O que houve? perguntou Elisa preocupada.
Aqueles dois que nos atacaram e que capturamos, fugiram e conseguiram que aquele desgraçado do General Campbell também escapasse.
Lamento, querido, de verdade, mas não deixe isso te perturbar. Temos problemas muito mais sérios para nos concentrarmos neste instante, não é?
Você tem razão e assim dizendo, fez o suporte de vela deslizar pelas mãos de Elisa, e mostrando para Azakis, perguntou: Onde nós paramos?
A fonte de energia.
Certo. Eu queria dizer, como diabos essa coisa funciona?
Bem, não é tão simples de explicar, mas podemos dizer que ela absorve toda a energia em volta e a molda no formato para o qual foi programada.
Bom disse Jack, confuso. Não posso dizer que entendi muita coisa. Mas o fato é que funciona, e muito bem. Acha que essa tecnologia também poderia ser reproduzida na Terra?
Sem dúvida. Não vejo nenhum problema. Quando chegar a hora, direi a Petri para transferir todas as informações necessárias para você.