Keith Dixon - A Atriz стр 12.

Шрифт
Фон

Stefan deu uma olhada para ela. ‘O homem dos seus sonhos sabe o quanto você admira a carreira que ele escolheu?’

Mai não disse nada e continuou olhando para fora da janela. Ela tinha falado rapidamente com Alfie naquela manhã para perguntar o nome do local. Ela tinha sentido novamente uma certa tensão em sua voz. Ela estava disposta a acalmá-lo – afinal, era seu primeiro show com sua recém-lançada banda – mas ele parecia estar amargo sem motivo. Ela sabia que isso tinha a afetado em seu ensaio naquela tarde, embora Pedro parecia ter percebido seu mau humor e não a tinha pressionado. Ela imaginou se seus outros amigos tomavam cuidado para falar com ela quando ela estava de mau humor. Era ela temperamental? Ela assustava as pessoas? Ela lia biografias de showbiz para estar ciente dos perigos da auto-estima e da vaidade, e a última coisa que ela queria era afastar as pessoas. Ou assustá-las.

‘O que você está pensando?’ perguntou Stefan.

‘Eu deveria estar em casa decorando textos e descansando, e não indo para um local suado para destruir os meus tímpanos.’

‘São as coisas que fazemos por amor.’

Ela não virou sua cabeça mas levantou as sobrancelhas. ‘É claro que sim.’

Ela chegou aos bastidores. Foi conduzida para baixo em alguns corredores escuros, passando por assistentes de palco que carregavam guitarras e rolos de fitas adesivas, movendo-se orgulhosamente como se fossem integrantes da banda. O ar exalava eletricidade de alta voltagem em meio a cabos isolados.

Alfie, Joe e outros dois integrantes da banda estavam sentados em poltronas rasgadas em um camarim que nunca tinha visto dias melhores. Joe estava magro e Mai pensou que ele pudesse estar se esforçando para parecer com um integrante da banda Franz Ferdinand – de todos os ângulos e de cabelo curto. Os outros dois eram de estilo techno-geek e passavam a maior parte do tempo conversando sobre os equipamentos. Um usava óculos e o outro não – essa era a única maneira que Mai conseguia diferenciá-los.

Alfie se levantou e abraçou Mai, depois cumprimentou Stefan. Ele tinha se barbeado pela primeira vez em meses e deixou seu cabelo crescer desde a última vez que ela o viu. Ele parecia magro mas forte, como um prisioneiro que tinha se exercitado bastante mas que não tinha se alimentado bem. O que estaria bem perto da realidade, ela pensou. Ela sentiu um pouco de emoção quando ele a abraçou.

Ele perguntou, ‘Como está lá fora? Alguém se preocupou em vir?’

‘Fervendo,’ disse Mai. ‘Estão ansiosos e na expectativa.’

Joe disse, ‘Obrigado por vir. Alguém veio com você?’

‘Desculpe. Não tenho falado com ninguém há alguns meses.’

Joe moveu a cabeça em sinal de compreensão e Mai pensou se ele era mais um que a via como a famosa da televisão e queria se aproveitar de alguma forma do reflexo de sua glória. Ela encontrou algumas pessoas que não fizeram nada, mas perguntaram sobre o Terraço Amberside e sobre os outros participantes, como se isso tivesse sido um acontecimento real em uma rua real.

Alfie disse, ‘O som está uma droga. O cara da gravadora não fez nada a não ser pedir desculpas desde às quatro horas. Algo também deu errado com os ingressos. Você teve sorte que não desistimos e abandonamos você no meio da cidade.’

‘Talvez na próxima vez. Onde está Pete?’

‘Está com o The O2 – o grande show, ele teria mais a perder. Não precisamos dele aqui.’

Pete Graham gerenciava três bandas, duas das quais foram as atrações principais. Mai ficou pensando se a The Gastric Band estava na sua lista de prioridades.

Ela disse, ‘Vocês estão bem? Prontos para destruir a bateria, ou qualquer outra coisa que os bateristas dizem?’

‘Estamos bem, não estamos?’ Ele olhou em volta esperando alguma resposta e conseguiu apenas uhus e sinais de ok. ‘Viu a empolgação desses garotos? Eles estão ligados.’

‘É melhor eu ir. Ficarei no meu camarote real, acene para mim.’

Fora do camarim ela disse a Stefan, ‘Eles irão decepcionar. Estão muito nervosos.’

‘Não seja pessimista. Eles ficarão bem. Nervosismo é bom, mantém o sistema funcionando, não preciso dizer isso a você.’

‘Há algum lugar onde podemos pegar uma bebida? Eu acho que estou mais nervosa do que eles, e isso quer dizer alguma coisa.’

Stefan pegou-a pela mão e passando pela plateia que estava lotada, conduziu-a para um pequeno bar no fundo da casa de show. Mai observou que a plateia era de maioria adolescentes e tinha um grande número de garotas. Por alguma razão muitas delas tinham em seu rostos uma pintura que simulava cortes diagonais que atravessava de um lado ao outro.

Stefan reparou a mesma coisa. ‘É aquela música do YouTube – Garota Navalha. Elas não perceberam que se trata de cortar os pulsos e fazem apenas a maquiagem.’

Mai se lembrou da música agora, algo que Joe tinha escrito aparentemente sobre sua ex-namorada que constantemente se cortava. Não havia nenhuma imagem da banda no vídeo do YouTube, mas alguém tinha incluído algumas imagens para a música – fotos de uma garota com uma pintura colorida de um corte diagonal que atravessava seu rosto de um lado ao outro, copiando David Bowie no álbum Aladdin Sane. Suspeitavam que a foto era do próprio Joe, embora ele não admitisse isso.

Após quarenta minutos de show, Mai olhou nos olhos de Stefan e acenou em direção ao fundo da casa de show, pela lateral da multidão que pulava. Ele a alcançou e eles entraram no bar.

‘O que houve?’

‘Dor de cabeça,’ ela disse. ‘Eles são mais barulhentos do que eu me lembrava. Você já conseguiu detectar alguma melodia?’

‘Não seja cruel. Eles estão bem, embora eu esteja farto das divagações de Joe no meio das músicas. Ele deveria apenas contar um, dois, três, quatro e então cantar.’

Mai encontrou uma frágil cadeira no bar, sentou-se e inclinou sua cabeça para baixo apoiando-a com suas mãos. O som da música ultrapassava a parede que separava o bar, era uma batida pesada sobreposta com um tipo de lamúria que Joe fazia quando esticava ao máximo a variação da sua voz em toda música. Esse era o ‘som’ deles, um truque com a intenção de diferenciá-los da concorrência. Eles poderiam ir tão longe enquanto os acordes vocais de Joe permanecessem intactos. Mel e água era o que ele precisavam, pensou Mai, lembrando-se da receita infalível de sua mãe.

Ela levantou a cabeça e olhou ao redor. Que lugar era aquele? Ela tinha dado o endereço ao taxista mas não sabia onde realmente era, algum lugar desabitado do Ártico ao norte de Londres. Tinha a sensação de ser algum tipo de boate precária em uma falida e depressiva cidade ao norte. Poderia ser lugar de comediantes que contavam suas piadas sexistas, talvez com shows de striptease aos domingos. Bingo na segunda-feira à noite para aposentados locais. Por que será que Alfie estava tocando em um lugar desses? Será que a gravadora estava tentando dar algum um golpe com impostos, dizendo à receita que eles estavam gastando milhões com novos lançamentos, quando de fato estavam fazendo shows na Sibéria?

Ваша оценка очень важна

0
Шрифт
Фон

Помогите Вашим друзьям узнать о библиотеке

Скачать книгу

Если нет возможности читать онлайн, скачайте книгу файлом для электронной книжки и читайте офлайн.

fb2.zip txt txt.zip rtf.zip a4.pdf a6.pdf mobi.prc epub ios.epub fb3

Популярные книги автора