Морган Райс - O Peso da Honra стр 14.

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Aidan permaneceu lá orgulhosamente, não querendo mostrar fraqueza, como o seu pai lhe havia ensinado.

"Estávamos a ir muito bem da forma como estávamos", disse Aidan.

Motley pôs o grupo novamente a rir.

"Claro que estavam", respondeu ele.

Aidan olhou desconfiado para a mão do homem.

"Eu estou a ir para Andros", disse Aidan.

Motley sorriu.

"Tal como nós", respondeu ele. "E, por sorte, a cidade é grande o suficiente para receber mais do que apenas nós."

Aidan hesitou.

"Estarias a fazer-nos um favor", acrescentou Motley. "Nós podemos usar o peso extra."

"E uma boca extra para alimentar!", gritou um tonto que estava noutro grupo, provocando risos.

Aidan olhou para trás com cautela, orgulhoso demais para aceitar, mas encontrando uma forma de se salvar.

"Bem ....", disse Aidan. "Se eu te estiver a fazer um favor …"

Aidan segurou a mão de Motley e deu por ele a ser puxado para a sua carruagem. Ele era mais forte do que Aidan estava à espera, tendo em conta que, pela forma como se vestia, parecia ser um bobo da corte; a sua mão, musculada e quente, era duas vezes o tamanho da de Aidan.

Motley alcançou Branco e içou-o, colocando-o suavemente na parte de trás da carruagem, ao lado de Aidan. Branco enrolado ao lado de Aidan no feno, com a cabeça no seu colo, os olhos semicerrados de exaustão e dor. Aidan entendia muito bem o que ele estava a sentir.

Motley saltou lá para dentro, o motorista bateu o chicote e a caravana decolou, com todos eles a conviver enquanto a música tocava novamente. Era uma canção alegre, homens e mulheres dedilhando harpas, tocando flautas e címbalos. Várias pessoas, para surpresa de Aidan, dançavam nas carruagens em andamento.

Aidan nunca tinha visto na sua vida um grupo de pessoas tão felizes. Toda a sua vida tinha sido passada na escuridão no silêncio de um forte cheio de guerreiros, e, ele não tinha certeza do que fazer com tudo isto. Como era possível alguém ser tão feliz? O seu pai sempre lhe ensinou que a vida era uma coisa séria. Isto não era tudo trivial?

À medida que prosseguiam na estrada esburacada, Branco gemia de dor, enquanto Aidan acariciava a sua cabeça. Motley veio ter com eles e, para surpresa de Aidan, ajoelhou-se ao lado do cão e aplicou uma compressa nas suas feridas, cobertas de um bálsamo verde. Lentamente, Branco sossegou e Aidan sentia-se grato pela sua ajuda.

"Quem és tu?", perguntou Aidan.

"Bem, eu tenho usado muitos nomes", respondeu Motley. "O melhor foi 'actor'. Em seguida, foi 'desonesto', 'idiota', ‘bobo da corte’ … a lista continua. Chama-me como quiseres."

"Tu não és um guerreiro, então," percebeu Aidan, dececionado.

Motley inclinou-se para trás e dava gargalhadas, com lágrimas a escorrer pela cara; Aidan não conseguia entender o que é que tinha tanta graça.

"Guerreiro", repetiu Motley, sacudindo a cabeça maravilhado. "Ora aí está uma coisa que nunca me tinham chamado. Nem é algo que eu desejasse ser chamado. "

Aidan franziu as sobrancelhas, sem perceber.

"Eu venho de uma linhagem de guerreiros", disse Aidan orgulhosamente, projetando o seu peito para fora quando se sentou, apesar da sua dor. "O meu pai é um grande guerreiro."

"Tenho muita pena por ti, então" disse Motley, ainda rindo.

Aidan estava confuso.

"Pena? Porquê? "

"Isso é uma sentença", respondeu Motley.

"Uma sentença?", ecoou Aidan. "Não há nada maior na vida do que ser um guerreiro. É tudo com que eu sempre sonhei. "

"É?" perguntou Motley, divertido. "Então, eu sinto duplamente pena de ti. Acho que festejar, rir e dormir com mulheres bonitas é a melhor coisa que há – muito melhor do que marchar à volta do campo na esperança de espetar uma espada na barriga de outro homem. "

Aidan corou, frustrado; ele nunca tinha ouvido um homem falar de batalha naquela perspetiva, ficando ofendido. Ele nunca tinha conhecido ninguém remotamente parecido com este homem.

"Onde está a honra na tua vida?" perguntou Aidan, intrigado.

"Honra?", perguntou Motley, aparentemente genuinamente surpreso. "Essa é uma palavra que eu não ouvia há anos – e é uma palavra demasiado grande para um rapaz tão novo." Motley suspirou. "Eu acho que a honra não existe – pelo menos, eu nunca a vi. Em tempos, pensei em ser honrado – mas isso não me levou a lugar nenhum. Além disso, eu já vi muitos homens honrados vítima de mulheres desviantes", concluiu ele. Os outros que estavam na carruagem riram-se.

Aidan olhou à volta, viu todas aquelas pessoas a dançar, a cantar, a beber o dia inteiro, ficando baralhado se havia de seguir com eles. Eles eram homens amáveis, mas que não se esforçavam para levar uma vida de guerreiro, que não foram devotadas a valores. Ele sabia que deveria estar grato pela boleia. E estava, mas não sabia como se sentir por ir à boleia com eles. Eles não eram certamente o tipo de homens a que o seu pai se associaria.

"Vou seguir caminho com vocês", Aidan finalmente concluiu. "Seremos companheiros de viagem. Mas eu não me posso considerar o vosso irmão de armas."

Os olhos de Motley arregalaram-se, chocados, em silêncio por uns bons dez segundos, como se não soubesse o que responder.

Então, finalmente, ele deu gargalhadas que duraram demasiado tempo, ecoadas por todos aqueles ao redor dele. Aidan não entendia este homem e achava que nunca iria entender.

"Acho que vou gostar da tua companhia, rapaz", disse Motley finalmente, enxugando uma lágrima. "Sim, acho que vou gostar muito."

CAPÍTULO NOVE

Duncan, ladeado pelos seus homens, avançou pela capital de Andros, atrás de si os passos dos seus milhares de soldados, vitoriosos, triunfantes, com as suas armaduras tinindo ao marcharem por esta cidade libertada. Onde quer que fossem, eram recebidos pelos aplausos triunfantes de cidadãos, homens e mulheres, velhos e jovens, todos vestidos com as roupas extravagantes da capital, todos rapidamente a chegarem-se à frente nas ruas de paralelepípedos e jogando flores e iguarias no seu caminho. Todos orgulhosamente agitavam as bandeiras de Escalon. Duncan sentiu-se triunfante ao ver as cores da sua pátria agitando-se novamente, ao ver todas essas pessoas, tão oprimidos apenas um dia antes, agora tão jubilosas, tão livres. Era uma imagem que jamais esqueceria, uma imagem que fez com que tudo isso valesse a pena.

Quando o sol da manhã rompeu sobre a capital, Duncan sentiu como se estivesse a marchar para um sonho. Este era um lugar que ele tinha a certeza de que nunca iria voltar a pisar, não enquanto estivesse vivo, e, certamente, não sob essas condições. Andros, a capital. A jóia da coroa de Escalon, o assento dos reis durante milhares de anos, agora sob o seu controlo. As guarnições Pandesianas tinham caído. Os seus homens controlavam os portões; controlavam as estradas; controlavam as ruas. Era mais do que ele jamais poderia ter desejado.

Mas dias antes, sentia-se maravilhado, ainda estava em Volis, com todo Escalon ainda sob o pulso de ferro da Pandesia. Agora, todo o noroeste de Escalon estava livre e a sua própria capital, o seu coração e alma, estavam livres das leis Pandesianas. Claro, Duncan percebeu, eles haviam conseguido esta vitória unicamente pela velocidade e pela surpresa. Foi uma vitória brilhante, mas também uma potencialmente transitória; assim que a palavra chegasse ao Império Pandesiano, eles viriam atrás dele – e não com algumas guarnições, mas com o poder do mundo. O mundo iria ficar cheio com a debandada de elefantes, o céu iria encher-se de setas, o mar iria ficar coberto de navios. Mas isso não era motivo para virar as costas para fazer o que era justo, fazer o que era exigido de um guerreiro. Por agora, pelo menos, eles controlavam; por agora, pelo menos, eles eram livres.

Duncan ouviu um estrondo, virou-se e viu uma imensa estátua de mármore de Seu Glorioso Ra, governante supremo da Pandesia, derrubada, puxada para baixo com cordas por imensos cidadãos. Quebrou-se em mil pedaços ao atingir o chão e os homens aplaudiram e pisaram os seus cacos. Mais cidadãos correram para a frente e puxaram as enormes bandeiras azuis e amarelas da Pandesia, rasgando-as de paredes, edifícios, campanários.

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