Блейк Пирс - Perdidas стр 11.

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Mas lembrou-se…

Eu já passei por aquilo. Eu sei como é.

E quando estivera assim, Bill sempre lá estivera para a ajudar.

Por vezes tivera que ser duro com ela.

Ela calculou que ele agora precisava de alguma dessa dureza.

“Estás com um péssimo aspto,” Disse ela. “Mas o estado em que estás agora – bem, fizeste-o a ti próprio. E és o único que pode reverter as coisas.”

Bill olhou-a nos olhos. Ela pressentiu que ele agora estava a prestar-lhe atenção.

“Senta-te,” Disse ela. “Recompõe-te.”

Bill sentou-se com dificuldade na beira da cama ao lado de Riley.

“O FBI atribuiu-te um terapeuta?” Perguntou ela.

Bill anuiu.

“Quem é ele?” Perguntou Riley.

“Não interessa,” Disse Bill.

“Podes crer que interessa,” Disse Riley. “Quem é ele?”

Bill não respondeu. Mas Riley podia adivinhar. O psiquiatra de Bill era Leonard Ralston, mais conhecido pelo publico como “Dr. Leo”. Riley sentiu-se invadir por uma fúria ilimitada. Mas agora não era com Bill que estava zangada.

“Oh meu Deus,” Disse ela. “Puseram-te com o Dr. Leo. De quem foi a ideia?Do Walder, aposto.”

“Como disse, não interessa.”

Riley queria abaná-lo.

“Ele é um charlatão,” Disse ela. “Sabes isso tão bem quanto eu. Dedica-se à hipnose, memórias recuperadas, todo o tipo de merda sem crédito nenhum. Não te lembras no ano passado quando ele convenceu um homem inocente de que era culpado de homicídio? O Walder gosta do Dr. Leo porque escreveu livros e aparece muitas vezes na televisão.”

“Não o deixo mexer com a minha cabeça,” Disse Bill. “Não o deixo hipnotizar-me.”

Riley estava a tentar manter a sua voz sob controlo.

“Não é essa a questão. Tu precisas de alguém que te ajude.”

“E quem me poderá ajudar?” Perguntou Bill.

Riley não teve que pensar mais do que alguns segundos na resposta.

“Vou-te preparar café,” Disse ela. “Quando voltar, espero que estejas de pé e pronto para sair daqui.”

A caminho da cozinha de Bill, Riley olhou para o relógio. Tinha pouco tempo antes do aviao decolar. Tinha que agir rapidamente.

Pegou no telemóvel e ligou para o número pessoal de Mike Nevins, o psiquiatra forense de DC que trabalhava ocasionalmente para o FBI. Riley considerava-o um bom amigo que a ajudara a ultrapassar crises no passado, incluindo um terrível caso de SPT.

Quando o telefone de Mike começou a tocar, ela colocou o telemóvel em alta voz, deixou-o no balcão da cozinha e começou a preparar o café de Bill. Ficou aliviada quando Mike atendeu.

“Riley! Que bom ter notícias tuas! Como vão as coisas? Como vai essa tua família em crescimento?”

O som da voz de Mike era refrescante e quase conseguia visualizar a expressão agradável do homem bem vestido. Ela gostava de poder conversar com ele, mas agora não havia tempo para isso.

“Estou bem, Mike. Mas estou com pressa. Tenho que apanhar um avião daqui a pouco. Preciso de um favor.”

“Diz,” Disse Mike.

“O meu parceiro, Bill Jeffreys, está a passar por um mau bocado depois do nosso último caso.”

Ouviu uma nota de genuína preocupação na voz de Mike.

“Oh, é verdade, ouvi falar. Que coisa terrível, a morte de uma tua jovem protegida. É verdade que o teu parceiro está de licença? Algo relacionado com disparar sobre o homem errado?”

“Sim. Ele precisa de ajuda e precisa já. Ele está a beber, Mike. Nunca o vi tão mal.”

Seguiu-se um breve silêncio.

“Não tenho a certeza se compreendo,” Disse Mike. “Não lhe foi dessignado um terapeuta?”

“Sim, mas não está a fazer bem nenhum ao Bill.”

Agora havia uma nota de cautela na voz de Mike.

“Não sei, Riley. Geralmente não me sinto confortável em aceitar pacientes que já estão a ser acompanhados por outra pessoa.”

Riley ficou preocupada. Ela não tinha tempo para lidar com os escrúpulos éticos de Mike naquele momento.

“Mike, foi-lhe atribuído o Dr. Leo.”

Outro silêncio se seguiu.

Aposto que isto resulta, Pensou Riley. Ela sabia perfeitamente bem quye Mike desprezava o célebre terapeuta.

Por fim, Mike disse, “Quando é que o Bill pode vir?”

“O que é que estás a fazer agora?”

“Estou no meu escritório. Vou estar ocupado durante umas duas horas mas depois disso estou disponível.”

“Ótimo. Ela estará aí nessa altura. Mas diz-me alguma coisa se ele não aparecer.”

“Fica descansada.”

Quando terminaram a chamada, o café já estava pronto. Riley serviu uma chávena e voltou ao quarto de Bill. Ele não estava lá. Mas a porta da casa de banho estava fechada e Riley conseguia ouvir a máquina de barbear de Bill do outro lado.

Riley deu um toque na porta.

“Sim, estou decente,” Disse Bill.

Riley abriu a porta e viu Bill a barbear-se. Colocou o café na beira do lavatório.

“Marquei-te uma consulta com o Mike Nevins,” Disse ela.

“Para quando?”

“Para agora. É o tempo de conduzires até lá. Envio-te uma mensagem com a morada do gabinete dele. Eu tenho que ir.”

Bill pareceu surpreendido. É claro, Riley não lhe tinha dito que estava com pressa.

“Tenho um caso no Iowa,” Explicou Riley. “O avião está à espera. Não percas a consulta do Mike Nevins. Se faltares eu descubro e vai ser uma carga dos diabos.”

Bill tentou resistir mas então disse, “OK, eu não falto.”

Riley virou-se para partir. Então pensou numa coisa que não tinha a certeza se devia mencionar.

Por fim disse, “Bill, o Shane Hatcher ainda está à solta. Há agentes na minha casa. Mas recebi uma mensagem ameaçadora dele e ninguém o sabe exceto tu. Penso que ele não atacaria a minha família, mas não tenho a certeza. Se calhar…”

Bill assentiu.

“Eu mantenho as coisas debaixo de olho,” Disse ele. “Tenho que fazer alguma coisa útil.”

Riley deu-lhe um abraço rápido e saiu do apartamento.

Ao caminhar na direção do carro, olhou novamente para o relogio.

Se não encontrasse trânsito, chegaria a tempo.

Agora tinha que começar a pensar no seu novo caso, mas não estava particularmente preocupada com ele. Este não devia demorar muito tempo.

No final de contas, que tempo e esforço exigiria um homicídio isolado ocorrido numa pequena cidade?

CAPÍTULO NOVE

Ao atravessar a pista em direção ao avião, Riley começou a preparar-se psicologicamente para o seu novo caso. Mas havia uma coisa que tinha que fazer antes de se embrenhar nele.

Enviou uma mensagem a Mike Nevins.

Envia-me uma mensagem quando o Bill aparecer. E também se não aparecer.


Suspirou de alívio quando Mike lhe respondeu imediatamente.

Fica descansada.


Riley tinha consciência de ter feito tudo o que podia naquele momento pelo Bill e agora apenas dependia dele tirar partido dessa ajuda. Se alguém podia ajudar Bill a lidar com o que o atormentava, essa pessoa era Mike Nevins.

Entrou para a cabina onde Jenn Roston já se encontrava sentada e a trabalhar no seu portátil. Jenn olhou para cima e fez um gesto com a cabeça enquanto Riley se sentava do outro lado da mesa.

Riley retribuiu-lhe o gesto.

Depois Riley olhou pela janela durante a decolagem e enquanto o avião ganhava altitude até atingir a velocidade de cruzeiro. Não lhe agradava o arrepiante silêncio entre ela e Jenn. Interrogou-se se Jenn também não o apreciaria. Estes voos eram geralmente uma boa altura para discutir detalhes do caso. Mas na verdade, ainda não havia grande coisa a dizer sobre este. Afinal de contas, o corpo acabara de ser encontrado naquela manhã.

Riley tirou uma revista da sua mala e tentou ler, mas não se conseguia concentrar nas palavras. Ter Jenn sentada do outro lado tão silenciosamente era um factor de distração. Por isso, Riley limitou-se a fingir que lia.

A história da minha vida por estes dias, Pensou.

Fingir e mentir estavam a tornar-se uma rotina.

Por fim, Jenn levantou o olhar do computador.

“Agente Paige, eu estava a ser sincera na reunião com Meredith,” Disse ela.

“Desculpe?” Disse Riley, olhando por cima da sua revista.

“Sobre ser uma honra trabalhar consigo. Era um sonho meu. Sigo o seu trabalho desde a academia.”

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