Patrizia Barrera - Robert Johnson Filho Do Diabo стр 5.

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Portanto, musicalmente falando, assistimos a um verdadeiro desdobramento de Robert Johnson: dum lado um artista capaz de tocar qualquer coisa se lhe pedisse em qualquer estilo, uma capacidade típica dos ramblers que deviam adaptar-se aos variegados gostos dos clientes dos bares; do outro um artista que deixava voar os dedos na guitarra tocando o blues de costas...

No primeiro caso existe certamente a aquisição de um método que, se para Son House e outros músicos de raça era inato, em Johnson era fruto de uma dedicação constante e disciplinado; no segundo existe pelo contrário o sentimento de libertação do blues, que vem por conseguinte executado segundo a própria natureza esquerdina e que vem mantida oculta aos outros, por motivos que dissemos.

De outra parte, que Johnson fosse um dissociado e um alienado é amplamente documentado: Shines relata como o amigo fosse afável e gentil com o público e violento e brigão em privado, sobretudo com as mulheres que maltrata, espanca e abandona.

Muitas vezes desaparecia precisamente no momento em que estávamos a tocar e me deixava sozinho narra Shine ficava fora alguns dias sem dar notícias suas, depois voltava como se nada fosse. Eu sabia que amava arranjar sarilhos, aldrabar as mulheres casadas e mais de uma vez meteu-se em pancadaria com os seus maridos. Algumas vezes foi posto na prisão durante algumas noites por bebedeira molesta e brigas. No inicio era bonito viajar com ele, subir e descer nos comboios, tocar em toda a parte onde tivéssemos vontade. Johnson era amado pela gente, pois que sabia satisfazê-la em tudo e por tudo. Mas quando começou a meter-se com as mulheres mudou. Afogava a sua raiva em qualquer mulher que lhe chegasse ao alcance, batia nela até a morte e depois vinha tocar comigo.

Dizia para mim Ah espancar uma mulher deixa sentir-me melhor! e na verdade quase todas as canções que ele escrevia falavam de mulheres. A um certo ponto a convivência com ele tornou-se impossível e nos separamos.


Um maduro Johnny Shine, anos depois da morte de Johnson que toca as canções do amigo.

Em 1936 Johnson estava a ser afligido pelo anseio de gravar as suas canções e entrar no mercado discográfico. Dedicou-se muito, por isso, para ser recebido por HC Speir, um talent - scout branco que tomava conta de uma loja de discos em Mississípi e que já tinha descoberto grandes talentos como Charlie Patton, Skip James, Tommy Johnson e Son House. No que se diz, Speir reconheceu em pouco tempo as capacidades de Johnson mas, por uma antipatia de impacto, preferiu passá-lo ao Ernie Oertle, um outro TC que se ofereceu de levá-lo a S. António em Novembro de 36 para fazer uma sessão de experiencia.

Isto acontece sala 414 do Gunter Hotel, onde a Brunswick Record tinha instalado um estúdio de gravação ambulante, como se usava na época.

Juntamente a Johnson, efectivamente, havia uma multidão de músicos apanhados aqui e acolá no delta, Mexicanos acima de tudo e até a Wagon Gang Chuck, um grupo musical muito solicitado naquele período nos bares do Delta. Aqui Johnson, como relata Oertle, gravou acocorado e de costas, tanto que esforcei-me muito para posicionar os microfones.

Todavia Oertle não se encantou assim tanto: estava habituado às manias dos Bluesman e aos seus rituais e pensou que Johnson estivesse simplesmente procurando o ângulo de carga, isto é o modo melhor para tirar o som.

Nesta primeira sessão foram gravadas, entre outras, l COME ON INTO MY KITCHEN, KINDHEARTHED WOMAN, CROSSROAD BLUES e TERRAPLANE BLUES, a única cujo Johnson escutou a gravação e que veio a ser um grande sucesso, vendendo na primeira semana muito bem 5000 cópias, um verdadeiro recorde para a época!

Nesta primeira experiencia de ensaio encontramos um ciclo de canções concretamente ligadas ao Sul rural, visceral e de impacto consideradas desde sempre e mais verdadeira expressão do melancólico Johnson. Entre esta distingue-se Kindhearted Woman pela sua complexidade e por uma maior pesquisa do som; a letra é precisamente muito mais articulada que as outras e não é por acaso que durante anos, juntamente com a Crossroads blues, veio a ser quase uma insígnia distintiva do artista.

Uma segunda sessão foi feita em 1937 directamente em Dallas no Vitagraph Building situado na 508 Park Avenue, onde a Brunswick Record tinha o seu Quartel-general.

29 Canções no seu todo, mais alguns ensaios inacabados e umas gravações descartadas, para um conjunto de 41 gravações. Um número exíguo de trechos que todavia constituem um precioso património para a musica mundial.

De todas as formas, aquele de Robert Johnson foi um sucesso POSTUMO. Embora apreciado como músico, as suas capacidades de inovação não foram bem compreendidas na época e não foi certamente a sua prematura morte a relegá-lo num repentino esquecimento que o ocultará à crítica durante aproximadamente trinta anos. Em 1938, período do seu máximo sucesso, se perguntarem a qualquer um na rua Quem é Robert Johnson? Não saberia responder; porém saberia descrever para vocês quantos cabelos tinha na cabeça Son House. Todavia o seu nome começava a ganhar espaço entre os experimentados do sector visto que mesmo naquele ano o celebre John Hammond, produtor da Columbia Records, o tinha contratado para a primeira edição do pois famosíssimo Da Spiritual ao Swing até à Carnegie Hall de New York, como para dizer a consagração oficial do jovem Johnson! Imaginem que, quando se soube da sua morte, com Big Bill Broonzy que o substituía no palco, foram observados dois minutos de silêncio e feitas tocar duas das suas últimas gravações, entre uma enchente chocada e em lágrimas.

Apenas se tivesse resistido e não deixar-se matar por únicos outros dois meses, naquela noite Johnson teria desfrutado o seu merecido sucesso!


Eis a capa do disco do famoso evento cujo Johnson não pôde participar é notável a lista incrível de nomes de grandes ilustres.

Como se explica então esta sua escassa popularidade entre a gente comum?

Robert Johnson na verdade NÃO FOI POR VENTURA famoso em vida, e a sua produção aparece irrisória relativamente àquela dos outros Bluesman da época. Mas chegou ao auge, e pode-se dizer que foi redescoberto, nos anos 60 com a nova geração dos artistas Rock, em particular graças a uma colectânea editada Paramount chamada KING of the Delta Blues Singer, que teve literalmente muita procura, tanto que foi reeditada em 1969 e por fim em 1970. Artistas como Eric Clapton e os Cream contribuíram claramente para o renascimento da sua estrela, gravando uma nova versão de Crossoroads Blues, para não falar dos Rolling Stones que perderam o juízo com a sua versão de Love in Vain e Stop Breakin Down Blues.

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