Блейк Пирс - Quase Ausente стр 9.

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Perguntou-se se o medo de Ella também seria fundamentado por algo que tinha acontecido. Tentaria descobrir depois, mas agora precisava convencê-la de que os demônios haviam desaparecido.

– Não tem ninguém vindo te pegar. Está tudo bem. Olhe, estou aqui e a luz está acesa.

Os olhos de Ella abriram-se, arregalados. Cheios de lágrimas, seus olhos encararam Cassie por um momento, depois sua cabeça se virou, focando em algo atrás dela.

Ainda assustada pelo próprio pesadelo e pela insistência de Ella em estar vendo “eles”, Cassie olhou rapidamente ao redor, seu coração acelerando quando a porta se abriu em um golpe.

Margot estava parada na porta com as mãos nos quadris. Ela vestia um robe turquesa de seda e seus cabelos loiros estavam amarrados em uma trança frouxa. Suas feições perfeitas estavam desfiguradas apenas por um borrão residual de rímel.

Fúria emanava dela e Cassie sentiu seu interior se contraindo.

– Por que você demorou tanto? – Margot vociferou. – O choro de Ella nos acordou, ela chorou por horas! Fomos dormir tarde; não estamos te pagando para que nosso sono seja perturbado.

Cassie olhou fixamente para ela, confusa com o fato de que o bem-estar de Ella era aparentemente a última coisa na cabeça de Margot.

– Desculpe – ela disse. Ella estava agarrada nela, tornando impossível que ela se levantasse e encarasse sua patroa. – Eu vim assim que a ouvi, mas a luz do quarto tinha queimado, estava completamente escuro, então demorei um pouco para...

– Sim, você demorou demais e esta, agora, é a sua primeira advertência! Pierre trabalha longas horas e fica furioso quando as crianças o acordam.

– Mas… – com uma onda desafiante, a pergunta brotou dos lábios de Cassie. – Vocês não poderiam ter vindo ao quarto de Ella se a ouviram chorando? É minha primeira noite, e eu não sei onde fica nada no escuro. Da próxima vez, farei melhor, prometo, mas o que eu quero dizer é que ela é sua filha e estava tendo um sonho terrível.

Margot deu um passo em direção à Cassie, seu rosto retesado. Por um momento, Cassie pensou que ela fosse pedir desculpas irritadas e que, juntas, chegariam a uma trégua forcada.

Porém, não foi o que aconteceu.

Em vez disso, a mão de Margot chicoteou, colidindo com força no rosto de Cassie.

Cassie prendeu um grito, piscando lágrimas enquanto o choro de Ella escalou. Sua bochecha queimava com o golpe, o galo em sua cabeça latejava ainda mais e sua mente, horrorizada, bobinava o entendimento de que sua nova empregadora era violenta.

– Antes de você ser contratada, uma das empregadas da cozinha fazia suas obrigações. E pode fazer de novo, temos muitos criados. Este é o seu segundo aviso. Eu não tolero preguiça, nem empregados que me respondem. Sua terceira transgressão significará demissão imediata. Agora, pare o choro dessa criança, para finalmente conseguirmos dormir.

Ela marchou para fora do quarto, batendo a porta atrás de si.

Freneticamente, Cassie empacotou Ella em seus braços, sentindo imenso alívio conforme os soluços altos diminuíam.

– Está tudo bem – ela sussurrou. – Tudo certo, não se preocupe. Da próxima vez, eu venho até você mais rápido, vou saber o caminho melhor. Gostaria que eu dormisse aqui o resto da noite? E podemos deixar o abajur aceso para ficarmos mais seguras?

– Sim, por favor, fique. Você pode ajudar a impedir que eles voltem – Ella sussurrou. – E deixe a luz acesa. Eu acho que eles não gostam.

O quarto era mobiliado em tons neutros de azul, mas o abajur de cúpula cor-de-rosa era um item alegre e reconfortante.

Mesmo enquanto consolava Ella, Cassie sentia-se prestes a vomitar e percebeu que suas mãos tremiam violentamente. Ela contorceu-se debaixo das cobertas, satisfeita com o calor, pois estava congelando de frio.

Como ela poderia continuar trabalhando para uma empregadora que abusava dela verbal e fisicamente na frente das crianças? Era impensável, imperdoável, e avivava muitas das próprias memórias que ela havia conseguido esquecer. A primeira coisa que faria ao amanhecer seria fazer as malas e ir embora.

Mas... Ainda não tinha recebido nenhum pagamento; teria que esperar até o fim do mês para ter algum dinheiro. Não havia como pagar pelo táxi de volta ao aeroporto, e muito menos condições para arcar com a despesa de alterar o bilhete do voo.

Havia também a questão das crianças.

Como poderia deixá-los nas mãos dessa mulher violenta e imprevisível? Eles precisavam de alguém cuidando deles – especialmente a jovem Ella. Não podia sentar aqui, consolando-a e prometendo que tudo ficaria bem, somente para desaparecer no dia seguinte.

Nauseada, Cassie percebeu que não tinha escolha. Não poderia ir embora a essa altura. Estava financeiramente e moralmente obrigada a ficar.

Ela teria que tentar se equilibrar na corda bamba do temperamento de Margot para evitar cometer a terceira e última transgressão.

CAPÍTULO CINCO

Cassie abriu os olhos, encarando o teto desconhecido em confusão. Demorou alguns instantes para se orientar e perceber onde estava – na cama de Ella, com a luz da manhã atravessando uma fenda nas cortinas. Ella ainda dormia profundamente, meio enterrada sob o edredom. A parte de trás da cabeça de Cassie latejou quando ela se mexeu, a dor recordando-lhe de tudo o que havia acontecido na noite anterior.

Sentou-se apressadamente, lembrando-se das palavras de Margot, do tapa ardido e das advertências que tinha recebido. Sim, ela era culpada por não ter atendido a Ella imediatamente, mas nada do que acontecera depois fora justo. Quando tentara se defender, só tinha sido ainda mais castigada. Então, talvez precisasse discutir calmamente algumas das regras da casa com a família Dubois esta manhã, para garantir que isso não acontecesse de novo.

Por que o alarme dela ainda não tinha tocado? Tinha o programado para seis e trinta, esperando que significasse sua chegada pontual ao café da manhã, às sete.

Cassie checou seu telefone e descobriu com um choque que a bateria tinha acabado. A busca constante por sinal devia tê-lo drenado mais que o habitual. Saindo da cama em silêncio, ela foi até o seu quarto, ligou-o no carregador e esperou ansiosamente que ele ligasse.

Praguejou em voz baixa quando viu que era quase sete e trinta. Tinha dormido demais, e agora teria que acordar e aprontar a todos o mais rápido possível.

Correndo de volta para o quarto de Ella, Cassie abriu a cortina.

– Bom dia – disse. – É um belo dia de sol e é hora do café da manhã.

Mas Ella não queria se levantar. Ela devia ter batalhado para adormecer depois do sonho ruim e tinha acordado de mau-humor. Irritada e cansada, ela apegou-se chorando ao edredom quando Cassie tentou puxá-lo. Eventualmente, lembrando-se dos doces que tinha trazido consigo, Cassie recorreu ao suborno para fazê-la sair da cama.

– Se ficar pronta em cinco minutos, você ganha um chocolate.

Mesmo assim, mais lutas estavam pela frente. Ella recusou-se a vestir a roupa que Cassie escolheu para ela.

– Quero usar um vestido hoje – ela insistiu.

– Mas, Ella, você pode ficar com frio se for lá fora.

– Não ligo. Quero usar um vestido.

Cassie finalmente conseguiu um meio-termo escolhendo o vestido mais quente que pôde encontrar – de mangas compridas, feito de veludo de algodão, acompanhado de longas meias e botas revestidas de lã. Ella sentou-se na cama com as pernas balançando e seu lábio inferior tremendo. Uma criança estava pronta, finalmente, mas ainda havia duas para aprontar.

Quando abriu a porta do quarto de Marc, ficou aliviada em ver que ele estava acordado e já fora da cama. Trajando pijamas vermelhos, ele brincava com um exército de soldados espalhados pelo chão. A grande caixa metálica de brinquedos debaixo de sua cama estava aberta, cercada por modelos de carros e um rebanho completo de animais de fazenda. Cassie teve que andar com cuidado para evitar pisar em qualquer um deles.

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