Софи Лав - Para Sempre Natal стр 6.

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Emily sabia o que ela queria dizer. Apesar da dor da perda de Charlotte. Que, após sua morte, quando o silêncio cresceu entre seus pais como uma parede invisível de vidro, havia alguns momentos de normalidade, de alegria, quando a quietude estava cheia de beleza e suas mentes recebiam um alívio da dor.

“Eu amo o vovô,” disse Chantelle a Patricia. “Ele era um bom marido?”

Patricia olhou de volta para Chantelle. E, para o choque e surpresa de Emily, ela estendeu a mão e acariciou a cabeça da garota.

“Ele era. Nem sempre. Mas ninguém é perfeito.”

“Você o amava?”

“Com todo meu coração.”

“E agora?” perguntou Chantelle.

“Chega,” interrompeu Emily. “Essa é uma pergunta pessoal.”

“Eu não me importo,” disse Patricia. Ela então olhou Chantelle diretamente, e falou em uma voz firme. “Passamos muitos anos como marido e mulher, muitos bons anos. Mas não éramos felizes e a coisa mais importante na vida é ser feliz. Foi muito difícil dizer adeus a ele, mas no final foi o melhor. E, sim, eu ainda o amo. Uma vez que você ama alguém, você nunca deixa realmente de amar.”

Emily então virou-se, enxugando a lágrima que se formou no canto do olho. Durante toda a sua vida, Patricia só falara mal do seu pai. Nem uma vez a ouvira admitir que ainda amava Roy.

Pairou o silêncio, e a família quietamente colocou as últimas decorações na árvore. O ar melancólico que pairava ao redor deles se dissipou apenas quando Daniel tirou a estátua do anjo da caixa.

“Chegou a hora,” disse ele, entregando-o para Chantelle.

Com um sorriso animado no rosto, Chantelle subiu a escada, esticou o braço o máximo que pôde e colocou o anjo no galho mais alto da árvore.

“Tcharan!” exclamou ela.

Daniel ajudou a menina a descer a escada e todos se afastaram para admirar seu trabalho manual. Emily foi dominada pela emoção quando lhe ocorreu que esta era a primeira árvore que ela decorara ao lado de sua mãe em quase vinte anos. Patricia se afastara do ritual logo após a morte de Charlotte. Mas agora, com uma nova família à sua volta e um novo filho crescendo dentro de Emily, ela estava de volta. O momento parecia pungente para Emily, como se o espírito de Charlotte tivesse ajudado aquilo a acontecer.

“Acho que esta é a árvore mais bonita que já vi,” disse ela, olhando com gratidão para cada um dos membros de sua família.


*


Com a árvore pronta e os chocolates quentes terminados, era hora de Patricia se despedir.

“Eu queria que você não tivesse que ir” disse Chantelle, abraçando Patricia pela cintura.

Emily observava a mãe abraçar a criança, parecendo significativamente menos desajeitada do que costumava parecer com demonstrações de afeição.

“Podemos falar ao telefone, se você quiser,” disse Patricia à criança.

“Você vai fazer chamadas de vídeo com a gente?” exclamou Chantelle, seu rosto se abrindo em um enorme sorriso.

“Eu vou o quê?” perguntou Patricia, parecendo confusa.

“Mensagens de vídeo, mãe,” explicou Emily. “Chantelle adora isso.”

“Nós conversamos pelo computador com o vovô o tempo todo,” disse Chantelle. “Podemos? Podemos? Podemos?”

Patricia assentiu. “Claro. Se é o que você quer.”

Ela parecia genuinamente comovida, Emily pensou, por Chantelle querer manter contato com ela.

“E...” acrescentou Emily, “Por favor, pense em vir para o Natal. Nós adoraríamos que viesse.”

“Eu não quero atrapalhar,” disse Patricia.

Daniel falou de repente. “Você não atrapalharia,” disse ele. “Não temos reservas no momento. Se você quiser um pouco mais de espaço, poderíamos até colocá-la no chalé.”

“Bem,” disse Patricia, parecendo que ela estava tentando esconder sua emoção. “Eu certamente pensarei nisso.”

O táxi chegou, descendo o longo caminho, seus pneus esmagando o cascalho. Daniel pegou a mala de Patricia e levou-a pelos degraus da varanda. O resto da família seguiu-a. Até mesmo Mogsy e Chuva saíram para vê-la, abanando os rabos harmoniosamente enquanto espiavam pelas colunas.

Daniel colocou a bagagem no porta-malas e depois se despediu de Patricia. Chantelle agarrou-se a ela.

“Eu te amo, vovó”, exclamou a menina. “Por favor, volte logo.”

“Voltarei, querida,” disse Patricia, acariciando sua cabeça. “Não vai demorar muito.”

Então foi a vez de Emily. Ela abraçou a mãe, sentindo-se cheia de gratidão e apreço. Pode ter demorado anos para chegar a esse ponto – além do horrível, choque da doença de Roy – mas parecia que as coisas estavam finalmente mudando para melhor entre elas.

“Por favor, mantenha contato,” disse Emily à sua mãe.

“Manterei,” respondeu Patricia. “Eu prometo.”

Elas se afastaram e Patricia entrou no táxi. Emily se juntou à sua família, sentindo o braço de Daniel sobre seus ombros e as mãos de Chantelle se agarrando a ela. Ela embalou sua barriga com uma mão e acenou para a mãe com a outra. Eles permaneceram ali até o táxi desaparecer de vista.

Quando retornaram à pousada, Emily ouviu o telefone tocar. Ela foi até a recepção e atendeu. Era a voz de Amy do outro lado.

“Em, eu acabo de ver o boletim do lado de fora da prefeitura,” disse ela.

Emily ainda lutava para entender o fato de que Amy era uma residente de Sunset Harbor, que ela prestava atenção nos acontecimentos de sua pequena cidade.

“Que boletim?” perguntou Emily.

“Sobre a pousada de Raven! A reunião é amanhã. Aquela que eles adiaram até depois do Dia de Ação de Graças.”

“Amanhã?” exclamou Emily. “Isso é meio repentino! Quase não conta como um adiamento!”

“Eu sei. O que você acha que significa para ser assim tão imediato?

“Só posso supor que isso signifique que o conselho de zoneamento tomou uma decisão rápida e unânime,” disse Emily, recordando o processo para obter sua própria licença para a pousada.

“Um unânime sim ou um unânime não?”

“Vamos descobrir em breve.”

Amy parecia incrivelmente estressada com a coisa toda, o que Emily achou um pouco estranho, considerando que ela seria a mais afetada pelo resultado.

“Temos que ir à reunião,” disse ela bruscamente. “Você pode limpar sua agenda?”

“Talvez. Mas eu não sei por que devo ir. Eu já disse o que tinha a dizer.”

Ela podia ouvir a impaciência na voz de Amy. “Emily, você tem que ir. Você tem que impedir! Se Raven abrir uma pousada em Sunset Harbor, seu negócio terá dificuldades.”

“Você deveria ter mais fé em mim,” disse Emily. “Eu não me importo com a competição.”

“Bem, você deveria,” disse Amy. “Especialmente vindo de Raven Kingsley. Ela vai acabar com você.”

Emily pensou nos momentos que passara com Raven. Elas não criaram exatamente vínculos, mas estavam em termos amigáveis. Raven a ajudou quando Daniel sofreu o acidente de barco, e ela até veio ao jantar de Ação de Graças da cidade que Emily realizara. Ela via a pousada de Raven como uma competição amigável.

“O que a faz dizer isso?” disse Emily, balançando a cabeça. “Raven é como qualquer outro empresário. Ela quer trabalhar duro e fazer sucesso. Eu sei que ela agiu como um abutre no passado, mas quer se estabelecer aqui. O marido a deixou e ela só quer que as crianças criem raízes para ter alguma tranquilidade. ”

“Eu acho que você está sendo ingênua,” disse Amy. “As pessoas não mudam sua natureza.”

“Amy, minha mãe bebeu chocolate quente com chantilly e marshmallows e ajudou a derrubar uma árvore de Natal. Pessoas podem, de fato, mudar.”

Mas Amy não desistia. “Raven vai te tirar do negócio e depois ir para a próxima cidade. É o que ela faz. Ela tem um histórico fazendo isso, destruindo localidades com seus grandes e chamativos hotéis. É tudo corporativo, sem alma. A última coisa que a cidade precisa. E ela tem muitos deles, ela barateia os preços dos quartos para começar. Mesmo que tenha uma perda nos primeiros cinco anos, ela fará isso, só para eliminar a concorrência!”

Emily não conseguia associar a Raven de quem Amy falava à pessoa que ela conhecera. Mas ouvir o que Amy tinha a dizer estava começando a deixá-la abalada.

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