Софи Лав - Para Sempre e Um Dia стр 6.

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“Eu ainda navego muito também”, disse Roy. “Quando não estou trabalhando em um relógio, passo meu tempo no barco. Ou no jardim”.

“Você se lembra daquele dia em que me ensinou a cultivar uma horta?”, Perguntou Daniel.

“É claro”, respondeu Roy. Ele sorriu, relembrando. “Eu nunca vi um jovem tão rebelde e desleixado trabalhar tanto com uma pá”.

Daniel riu. “Eu estava ansioso por aprender”, disse ele. “Aproveitar a oportunidade. Mesmo que por fora parecesse que eu odiava o mundo”.

Emily achou estranho vê-los brincando e rindo. Havia muito menos mágoa entre os dois. Pareciam amigos. Daniel era eternamente grato pelo homem que lhe deu uma chance quando ele mais precisava, ainda que o mesmo homem tivesse desaparecido para ele também. Talvez tenha sido uma surpresa para Emily perceber o quão próximos eles já foram, sabendo, também, que o verão que passaram juntos fora um verão em que ela e o pai tinham passado separados.

O telefone dela tocou e ela viu uma mensagem de Amy, sobre a hora em que chegariam naquela tarde. Ela e Jayne tinham alguns negócios urgentes para resolver antes de ir, então chegariam mais tarde do que o planejado. Emily se sentiu culpada por ter esquecido completamente que as amigas estavam a caminho. Ficou tão envolvida com o pai que tudo o mais sumiu de sua mente.

Ela mandou uma mensagem de volta e depois voltou sua atenção para seu pai e Daniel. Eles estavam rindo mais uma vez, despreocupados.

“Estou tão feliz que o barco conseguiu suportar”, Daniel estava falando. “Quem diria que o tempo ficaria assim? Uma tempestade no meio do verão.”

“Foi falta de sorte” respondeu Roy. “Considerando que era o seu primeiro passeio de barco.”

“Bem, eu tive o melhor professor, então não estava com tanto medo.” Ele sorriu, seus olhos mergulhados na lembrança. “Obrigado por me ensinar sobre os barcos, a água e a vela. Eu não posso imaginar minha vida sem eles agora.”

Emily assistia enquanto Roy sorria junto com Daniel. Agora que havia liberado sua raiva, sentia uma enorme sensação de paz, de clareza. Deveria ter sido sempre assim. Seu pai conversando com seu noivo, desfrutando da companhia um do outro, ansioso para logo se tornar parte da mesma família.

Pode ter demorado um pouco, mas ela faria todo o possível para aproveitar essa nova fase.


*

Enquanto a noite avançava, Daniel fez outra rodada de coquetéis. Ele colocou um copo na frente de Emily, no momento em que seu telefone tocou.

“É Amy. Melhor eu atender”, disse ela.

“Amy? Do colégio?” perguntou Roy, levantando uma sobrancelha.

Emily assentiu. “Ainda somos amigas”, informou a ele. “Ela é minha dama de honra. Está ajudando muito com preparativos para o casamento”.

Emily saiu do bar para atender a ligação.

“Amiga, desculpe”, Amy começou. “A ligação demorou séculos e agora estamos exaustas demais para dirigir. Vamos ter que passar a noite aqui. Não nos odeie”.

“Tudo bem”, Emily disse, secretamente aliviada por suas amigas não interromperem o reencontro com seu pai.

“Vamos sair logo de manhã”, Amy acrescentou.

“Sinceramente, Amy, tudo bem”, “De todo modo, surgiram algumas novidades por aqui”.

“Que novidades? Sobre o casamento? Daniel? Sheila?” ela parecia preocupada.

“Não é nada disso”, explicou Emily. Então ela respirou fundo. “Amy, meu pai voltou”.

Houve um silêncio prolongado. “O quê? Como? Você está bem?”

Emily não sabia como responder, e realmente não queria entrar entrar em detalhes agora. Ainda não tinha absorvido tudo completamente. Precisava de tempo para “desembaraçar” suas emoções e compreender tudo.

“Estou bem. Falamos sobre isso quando vocês chegarem aqui.”

Amy não parecia convencida. “Ok. Mas se precisar de alguém para conversar, me ligue imediatamente. Te vejo amanhã.”

Emily terminou a ligação e voltou para o bar, para o riso alegre de Roy e Daniel. Velhos amigos do peito juntos novamente.

“Bem”, disse Roy, bebendo o resto do drinque. “Acho que é hora de eu dar o fora. Parece que você tem hóspedes para atender”.

Emily sentiu pânico ao pensar em Roy indo embora. “Eu tenho funcionários, eles estão cuidando de tudo. É bom para nós passarmos tempo juntos. Você não precisa ir.”

Roy notou que ela parecia apavorada. “Eu só quis dizer que talvez seja hora de me deitar. Dormir.”

“Quer dizer que vai ficar?” Emily disse, surpresa. “Aqui?”

“Se você tiver espaço.” Roy disse humildemente. “Eu não quero incomodar”.

“Claro que tem!” Emily exclamou. “Quanto tempo você planeja ficar?”

“Até o casamento, se não for um problema. Eu poderia ajudar um pouco com os preparativos, se necessário”.

Emily ficou surpresa. Não só seu pai estava aqui, como até estava planejando ficar por mais de uma semana! Realmente foi um sonho tornado realidade.

“Isso seria maravilhoso”, disse ela.

Subiram e instalaram Roy no quarto ao lado do escritório. Emily sabia que ele iria querer entrar lá em algum momento, provavelmente sozinho.

“Este quarto está bom?” ela perguntou. “Ah, sim. É muito bonito”, respondeu Roy.” Ao lado da minha escada secreta.”

Emily franziu a testa. “Sua o quê?”

“Não me diga que você não a encontrou”, disse Roy. Havia um brilho travesso em seus olhos, revelando seu flerte com a loucura, a espiral descendente que havia transformado sua natureza brincalhona, que gostava de mapas do tesouro, em um sigilo sombrio e cofres fechados com combinações ocultas.

“Você quer dizer a escada até a plataforma do telhado?” Emily perguntou. “Encontrei essa. Mas fica no terceiro andar”.

Então, Roy bateu palmas, subitamente entusiasmado. “Você nunca achou! A escada dos criados”.

Emily balançou a cabeça. “Mas eu vi as plantas da casa inteira. Seu bar secreto era o último cômodo escondido daqui”.

“Se algo está na planta, não está escondido!” exclamou Roy.

“Mostre-nos”, disse Daniel. Ele parecia animado, como quando o bar foi descoberto.

Roy levou-os ao seu escritório. “Você nunca se perguntou por que havia uma chaminé nessa parede?” Ele bateu, revelando um som oco. “Todas as outras chaminés ficam nas paredes externas. Esta é interna.”

“Nunca passou pela minha cabeça”, disse Emily.

“Bem, está aqui atrás”, disse Roy. “Se você não se importa, poderia me ajudar aqui, Daniel?”

Daniel prontamente obedeceu. Eles removeram o que Emily agora via ser uma parede falsa, forrada com papel de parede para se misturar ao resto da sala. E lá estava. Uma escada. Simples, não particularmente bonita de se ver, mas capaz de entusiasmá-los apenas por existir.

“Eu não posso acreditar”, disse Emily, entrando. “Foi por isso que você escolheu este cômodo como seu escritório?”

“É claro”, respondeu Roy. “As escadas eram um atalho para os criados chegarem aos dormitórios sem serem vistos pelas pessoas da casa. Só vai daqui para o porão, onde os empregados dormiam antigamente.”

“E esta é a única maneira de entrar”, Emily afirmou, percebendo agora por que ela não tinha encontrado. O porão ainda continha cômodos inexplorados por ela, e o escritório de seu pai era o lugar no qual menos mexeu.

Roy assentiu. “Surpresa.”

Emily riu e sacudiu a cabeça. “Tantos segredos”.

Eles saíram do escritório e Roy entrou em seu quarto. Emily foi fechar a porta atrás dele, mas ele pegou sua mão e deu-lhe um beijo de boa noite.

Emily parou, atordoada. Seu pai não a beijava há anos, mesmo antes de ter saído de sua vida.

“Boa noite, pai”, ela disse apressadamente.

Fechou a porta e correu para seu quarto. Uma vez em segurança, Daniel imediatamente a envolveu em um abraço muito necessário.

“Como você está aguentando?” ele perguntou suavemente, gentilmente balançando-a em seus braços.

“Eu não posso acreditar que ele está aqui”, gaguejou. “Continuo pensando que isso é um sonho.”

“Sobre o que vocês conversaram?”

“Sobre tudo. Quer dizer, eu sei que ainda estou processando as coisas, mas foi catártico. Sinto que podemos esquecer toda a dor do passado e começar de novo.”

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