Блейк Пирс - A Carícia da Morte стр 10.

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O Chefe de Polícia McCade estava furioso pelo facto de o FBI se estar a intrometer num caso de assassínio local. E Sanderson estava furibundo porque o FBI tinha mandado Bill e Riley de Quantico para por todos na ordem.

A tempestade perfeita, Pensou Riley.

Sanderson voltou-se para a Chefe de Medicina Legal e disse, “Dra. Shankar, talvez não se importasse de resumir o que sabemos até ao momento.”

Parecendo indiferente às tensões subjacentes, a Dra. Shankar clicou num comando para mostrar uma imagem no monitor de parede. Era uma foto de carta de condução de uma mulher de aspeto bastante normal com cabelo liso de cor castanha.

Shankar disse, “Há um mês e meio uma mulher chamada Margaret Jewell morreu em casa durante o sono de um aparente ataque cardíaco. Queixara-se no dia anterior de dores nas articulações, mas de acordo com a cônjuge, tal não era incomum. Ela sofria de fibromialgia.”

Shankar clicou novamente no comando e mostrou outra foto de carta de condução onde surgia um homem de meia-idade com um rosto bondoso mas melancólico.

Shankar disse, “Há alguns dias, Cody Woods entrou pelo seu próprio pé no Hospital South Hill a queixar-se de dores no peito. Também se queixava de dores nas articulações. Mais uma vez, a situação não tinha nada de surpreendente porque o paciente sofria de artrite e fora sujeito a uma cirurgia ao joelho na semana anterior. Algumas horas depois de dar entrada no hospital também ele morreu do que parece ter sido um ataque cardíaco.”

“Mortes não relacionadas,” Murmurou McCade.

“Então quer dizer que nenhuma destas mortes foi homicídio?” Perguntou Sanderson.

“A Margaret Jewell terá sido,” Disse McCade. “O Cody Woods nem pensar. Estamos a deixar que ele nos distraia. Estamos a turvar as águas. Se deixasse o caso ser resolvido por mim e pelos meus homens, resolveríamos isto em dois tempos.”

“Já passou um mês e meio desde o caso de Jewell,” Atirou Sanderson.

A Dra. Shankar sorriu de forma algo misteriosa enquanto McCade e Sanderson prosseguiam a sua disputa. Depois clicou novamente no comando. Surgiram mais duas fotos.

O silêncio apoderou-se da sala e Riley ficou surpreendida.

Os homens em ambas as fotos pareciam provenientes do Médio Oriente. Riley não reconheceu um deles, mas reconheceu perfeitamente o outro.

Era Saddam Hussein.

CAPÍTULO OITO

Riley olhou para a imagem no ecrã. Onde quereria chegar a Chefe de Medicina Legal ao mostrar uma foto de Saddam Hussein? O líder deposto do Iraque fora executado em 2006 por crimes contra a humanidade. Qual seria a sua ligação com um possível assassino em série em Seattle?

Depois de instalado o efeito das fotos, a Dra. Shankar falou novamente.

“Estou certa que todos reconhecemos o homem à esquerda. O homem à direita era Majidi Jehad, um dissidente da Shia contra o regime de Saddam. Em Maio de 1980, foi concedida permissão a Jehad para viajar até Londres. Quando parou numa esquadra de polícia de Bagdade para recolher o seu passaporte, ofereceram-lhe um sumo de laranja. Ele deixou o Iraque, aparentemente são e salvo. Morreu pouco depois de chegar a Londres.”

A Dra. Shankar mostrou muitos mais rostos do Médio Oriente.

“Todos estes homens tiveram destinos semelhantes. Saddam liquidou centenas de dissidentes da mesma forma. Quando alguns eram libertados da prisão, era-lhes oferecida uma bebida para celebrar a sua libertação. Nenhum viveu muito tempo.”

O Chefe McCade assentiu.

“Envenenamento por tálio,” Disse ele.

“Exato,” Disse a Dra. Shankar. “O tálio é um elemento químico que pode ser convertido num pó solúvel incolor, inodoro e sem sabor. Era o veneno predilecto de Saddam Hussein. Mas não foi ele que inventou a ideia de assassinar os seus inimigos com ele. Por vezes é denominado de ‘veneno do envenenador’ porque atua lentamente e produz sintomas que podem induzir em causas de morte enganadoras.”

Ela clicou no comando e surgiram mais alguns rostos, incluindo o do ditador Cubano Fidel Castro.

Shankar disse, “Em 1960, os serviços secretos Franceses usaram tálio para matar o líder rebelde camaronês Félix-Roland Moumié. E acredita-se que a CIA tentou usar tálio numa das suas muitas tentativas de assassinato de Fidel Castro. O plano era colocar pó de tálio nos sapatos de Castro. Se a CIA tivesse sido bem-sucedida com este método específico, a morte de Castro teria sido humilhante, assim como lenta e dolorosa. Antes de morrer, aquela sua barba icónica já teria caído.”

Clicou no comando e os rostos de Margaret Jewell e Cody Woods surgiram novamente.

“Faço esta digressão para que compreendam que estamos a lidar com um assassino muito sofisticado,” Disse a Dra. Shankar. “Encontrei restos de tálio nos corpos de Margaret Jewell e Cody Woods. Não tenho dúvidas de que ambos foram envenenados pelo mesmo assassino.”

A Dra. Shankar olhou em seu redor para todos os que se encontravam na sala.

“Alguém deseja fazer algum comentário?” Perguntou.

“Sim,” Disse o Chefe McCade. “Continuo a achar que as mortes não estão ligadas.”

Riley ficou alarmada com aquele comentário, mas a Dra. Shankar não ficou surpreendida.

“E porque pensa assim Chefe McCade?” Perguntou.

“Cody Woods era um canalizador,” Disse McCade. “Não seria possível ele estar exposto ao tálio devido à sua profissão?”

“É possível,” Disse a Dra. Shankar. “Os canalizadores têm que ter cuidado para evitar imensas substâncias nocivas, incluindo amianto e metais pesados tais como o arsénico e o tálio. Mas não me parece que seja o que aconteceu no caso de Cody Woods.”

Riley estava cada vez mais intrigada.

“Porque não?” Perguntou.

A Dra. Shankar clicou no comando e apareceram os relatórios de toxicologia.

“Estas mortes parecem ser envenenamentos por tálio com uma diferença,” Disse ela. “Nenhuma das vítimas mostrou sintomas clássicos – perda de cabelo, febre, vómitos, dores abdominais. Tal como disse anteriormente, ocorreram dores ao nível das articulações, mas pouco mais. A morte surgiu de forma repentina, dando a entender tratar-se de um comum ataque cardíaco. Não houve lentidão. Se o meu pessoal não estivesse atento, nunca reparariam que se trata de casos de envenenamento por tálio.”

Bill parecia partilhar o fascínio de Riley.

“Então estamos a lidar com o quê – um designer de tálio?” Perguntou.

“Algo do género,” Disse a Dra. Shankar. “O meu pessoal ainda está a desmontar a maquilhagem química do cocktail. Mas um dos ingredientes é sem dúvida ferrocianeto de potássio – um químico que podem conhecer como o corante azul Prussiano. É estranho porque o azul prussiano é o único antídoto conhecido para o envenenamento por tálio.”

O grande bigode do Chefe McCade estava a contorcer-se.

“Isso não faz sentido,” Grunhiu. “Porque é que um envenenador administraria um antídoto juntamente com o veneno?”

Riley arriscou uma hipótese.

“Poderia ser para disfarçar os sintomas do envenenamento por tálio?”

A Dra. Shankar anuiu afirmativamente.

“É essa a minha teoria. Os outros químicos encontrados teriam interagido com o tálio de uma forma complexa que ainda não compreendemos. Mas talvez tenham ajudado a controlar a natureza dos sintomas. Quem quer que tenha preparado a mistura sabia o que estava a fazer. Tinha conhecimentos amplos de farmacologia e química.”

O Chefe McCade tamborilava os dedos na mesa.

“Não vou nessa,” Disse ele. “Os vossos resultados para a segunda vítima devem ter sido distorcidos pelos resultados da primeira. Vocês encontraram aquilo que procuravam.”

Pela primeira vez, o rosto da Dra. Shankar mostrou sinais de supresa. Também Riley foi apanhada desprevenida pela audacidade do chefe de polícia ao colocar em causa a competência de Shankar.

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