“Ryan, não é possível. É muito tarde para isso.”
"Nunca é tarde demais" Disse Ryan. "Vamos embora, apenas nós dois e resolvemos tudo."
Riley estremeceu profundamente.
Ele não sabe o que está dizendo, Pensou.
Ele está tendo um colapso nervoso.
Também tinha certeza que ele já bebera naquele dia.
Então, com uma risada nervosa, ele disse…
"Já sei! Vamos até a cabana do seu pai! Eu nunca estive lá, você pode acreditar? Nem uma vez em todos esses anos. Podemos passar alguns dias lá e…”
Riley interrompeu-o bruscamente, "Ryan não".
Ele olhou para ela como se não pudesse acreditar no que ouvia.
Com uma voz mais gentil, Riley disse, “Eu vendi a cabana, Ryan. E mesmo que não tivesse…”
Ela ficou em silêncio por um momento, depois disse…
“Ryan, você precisa se libertar disso. Eu queria poder ajudar você, mas não posso.”
Os ombros de Ryan caíram e seus soluços ficaram mais silenciosos. Ele parecia estar considerando as palavras de Riley.
Ela disse, "Você é um homem duro, inteligente e cheio de recursos. Você pode resolver tudo isso. Eu sei que você pode. Mas eu não posso fazer parte disso. Não seria bom para mim – e se você for honesto consigo mesmo, você sabe que não seria bom para você também."
Ryan assentiu com tristeza.
"Você está certa" Ele disse, sua voz mais firme agora. "É minha própria bagunça e eu tenho que consertar isso. Me desculpe por ter incomodado você. Eu vou para casa agora.”
Quando ele se levantou, Riley disse…
"Espere um minuto. Você não está em condições de dirigir para casa. Deixe-me levar você. Você pode voltar e pegar seu carro quando estiver se sentindo melhor.”
Ryan assentiu novamente.
Riley ficou aliviada por não terem uma discussão sobre isso e ela não ter tido que tirar as chaves do carro dele à força.
Riley finalmente se atreveu a levá-lo pelo braço enquanto o encaminhava para seu próprio carro. Ele realmente parecia precisar do apoio físico dela.
Ambos ficaram em silêncio durante a viagem. Quando pararam na grande e bela casa que compartilhavam, ele disse, “Riley, há algo que eu queria dizer a você. Eu acho que você se saiu muito bem. E desejo a você toda felicidade.”
Riley sentiu um nó na garganta.
"Oh, Ryan…" Ela começou.
“Não, por favor, me escute, porque isso é importante. Eu te admiro. Você fez muitas coisas ótimas. Você tem sido uma ótima mãe para April, e você adotou Jilly, e está começando uma relação, e posso dizer que ele é um ótimo cara. E o tempo todo você tem feito o seu trabalho, prendendo vilões, salvando vidas. Eu não sei como você fez isso. Sua vida é formidável.”
Riley ficou profundamente assustada e profundamente perturbada.
Quando foi a última vez que Ryan dissera algo assim para ela?
Ela simplesmente não tinha ideia do que dizer.
Para seu alívio, Ryan saiu do carro sem dizer outra palavra.
Riley ficou olhando para a casa enquanto Ryan entrava, se compadecendo dele. Ela não podia se imaginar enfrentando sozinha aquela casa – não com todas as memórias que ela abrigava, boas ou más.
E aquelas palavras que ele dissera…
"Sua vida é formidável."
Ela suspirou e murmurou em voz alta…
"Não é verdade."
Ainda era uma luta para ela, criar duas garotas enquanto trabalhava em um trabalho desgastante e muitas vezes perigoso. Ela era muito solicitada, tinha muitos compromissos e ainda não aprendera a lidar com isso.
Sempre seria assim?
E como Blaine iria se encaixar nisso tudo?
Um casamento bem-sucedido era possível para ela?
Riley estremeceu ao pensar que talvez estivesse no lugar de Ryan um dia.
Então se afastou da casa onde havia morado e dirigiu de volta para casa.
CAPÍTULO OITO
Riley estava andando de um lado para o outro em sua sala de estar.
Ela disse a si mesma que deveria apenas relaxar agora, que aprendera tudo sobre relaxar em suas recentes férias. Mas quando pensou sobre isso, se viu lembrando o que seu pai havia dito em seu pesadelo…
"Você é uma caçadora, como eu."
Mas ela certamente não se sentia como uma caçadora naquele momento.
Mais como um animal enjaulado, Pensou.
Ela acabara de chegar a casa depois de levar as meninas para o primeiro dia de aulas. Jilly estava feliz por finalmente estar no mesmo colégio que sua irmã. Os novos alunos e seus pais receberam as boas-vindas habituais no auditório, depois uma rápida visita às salas de aula dos alunos. April pôde se juntar a Riley e Jilly para a ronda.
Embora Riley não tivesse tido a chance de conversar longamente com cada professor, conseguiu cumprimenta-los e se apresentar como a mãe de Jilly e April como irmã de Jilly. Alguns dos novos professores de Jilly tinham sido professores de April nos anos anteriores e tinham coisas agradáveis a dizer sobre ela.
Quando Riley quis ficar por perto depois das apresentações, as duas garotas brincaram com ela.
"E fazer o quê?" April perguntou. "Ir a todas as aulas de Jilly?"
Riley tinha dito que talvez fosse, provocando um gemido de desespero de Jilly.
“Mã-e-e-e! Isso seria tão pouco legal!”
April riu e disse, "Mãe, não seja um helicóptero".
Quando Riley perguntou o que era um “helicóptero”, April informou que significava “progenitor helicóptero”.
Um desses termos que eu deveria conhecer, Riley pensou.
De qualquer forma, Riley respeitara o orgulho de Jilly e voltara para casa – e agora ali estava. Gabriela saíra para encontrar um de seus numerosos primos para o almoço e depois fazer algumas compras de supermercado. Então Riley estava sozinha em casa, tirando a presença de um cachorro e de um gato que não pareciam nem um pouco interessados nela.
Eu tenho que sair disso, Pensou.
Riley foi até a cozinha e preparou um lanche. Então se forçou a sentar na sala de estar e ligou a TV. As notícias eram deprimentes, então ela mudou para uma novela. Não tinha ideia do que estava acontecendo na história, mas era divertida, pelo menos por um tempo.
Mas sua atenção logo se desvaneceu e se viu pensando sobre o que Ryan tinha dito durante a sua visita horrível quando ela voltara da praia…
"Eu não posso enfrentar isso sozinho. Eu não posso morar sozinho naquela casa.”
Agora, Riley tinha uma ideia de como ele se sentia.
Ela e seu ex-marido eram mais parecidos do que ela queria admitir?
Riley tentou se convencer do contrário. Ao contrário de Ryan, ela estava cuidando de sua família. Mais tarde nesse dia, as meninas e Gabriela estariam em casa e jantariam juntas. Talvez neste fim-de-semana, Blaine e Crystal se juntassem a eles.
Esse pensamento lembrou Riley que Blaine tinha sido um pouco reservado para ela desde que a coisa toda com Ryan havia acontecido. Riley podia entender o porquê. Riley não quisera falar com Blaine sobre a visita depois – parecia muito íntimo e pessoal – e era natural que Blaine se sentisse desconfortável com isso.
Ela queria telefonar-lhe naquele momento, mas sabia que Blaine estava muito ocupado em seu restaurante agora que as férias tinham terminado.
Então ali estava Riley, sentindo-se terrivelmente sozinha em sua própria casa…
Assim como o Ryan.
Ela não podia deixar de se sentir um pouco culpada em relação ao ex-marido – embora não conseguisse imaginar porquê. Nada do que estava errado em sua vida era culpa dela. Mesmo assim, sentia a necessidade de lhe ligar, saber como ele estava, talvez se solidarizar com ele um pouco. Mas claro, essa foi uma ideia incrivelmente idiota. A última coisa que ela queria fazer era dar-lhe quaisquer sinais falsos de que se poderiam conciliar novamente.
Enquanto os personagens da novela argumentavam, choravam, batiam uns nos outros e iam para a cama uns com os outros, algo ocorreu a Riley.
Às vezes, sua própria vida em casa, sua família e relacionamentos não pareciam mais reais para ela do que o que ela estava assistindo na TV. A presença real de seus entes queridos tendia a distraí-la de sua profunda sensação de isolamento. Mas mesmo apenas algumas horas sozinha na casa foi o suficiente para lembrá-la dolorosamente de como realmente se sentia sozinha por dentro.