Блейк Пирс - Razão para Salvar стр 4.

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- Temos certeza que foi ele? – Ela perguntou.

Connelly ficou desconfortável no mesmo momento. Ele suspirou e levantou-se da cadeira, começando a caminhar.

- Não temos uma evidência forte. Mas é uma universitária e o assassinato foi macabro o suficiente para nos fazer pensar que foi Randall.

- Já temos um arquivo? – Ela perguntou.

- As coisas estão sendo compiladas e—

- Posso ver?

Novamente, Connelly e O’Malley olharam-se incertos.

- Não precisamos que você vá a fundo nisso – Connelly disse. – Chamamos você porque você conhece esse louco melhor do que ninguém. Isso não é um convite para entrar no caso. Você está lidando com muita coisa no momento.

- Eu agradeço a preocupação. Temos fotos da cena do crime que eu possa ver?

- Sim – O’Malley disse. – Mas são muito horripilantes.

Avery não disse nada. Ela estava começando a ficar nervosa com o fato de que eles haviam a chamado com tanta urgência e, agora, estavam a tratando quase como uma criança.

- Finley, você poderia ir até meu escritório e trazer o material que nós temos? – Connelly perguntou.

Finley levantou-se, obediente como sempre. Vendo ele ir, Avery percebeu que as duas semanas que ela passara em estado de certo luto pareciam bem mais do que treze dias. Ela amava seu trabalho e sentia muita falta daquele lugar. Apenas o fato de estar ali animava seu estado de espírito, mesmo servindo apenas como um tipo de recurso para O’Malley e Connelly.

- Como está Ramirez? – Connelly perguntou. – A última notícia que tive era de dois dias atrás e a situação ainda era a mesma.

- Continua igual – ela disse com um sorriso cansado. – Sem boas novas, sem notícias ruins.

Ela quase contou a eles sobre o anel que as enfermeiras haviam encontrado no bolso dele—o anel de noivado que Ramirez iria lhe oferecer. Talvez aquilo ajudasse-os a entender porque ela estava tão próxima do caso e tinha escolhido ficar ao lado dele o tempo todo.

Antes que a conversa prosseguisse, Finley voltou à sala com a pasta de arquivos que não continha muita coisa. Ele colocou em frente a ela, ganhando um aceno de aprovação de Connelly.

Avery abriu as fotos e as olhou. Havia sete no total, e O’Malley não havia exagerado. Elas eram bem alarmantes.

Havia sangue por todo lado. A garota fora levada para um beco e suas roupas arrancadas. Seu braço direito parecia ter sido quebrado. Seu cabelo era loiro, ainda que estivesse quase todo coberto por sangue. Avery procurou ferimentos a bala ou marcas de facada, mas não viu nada. O método do assassinato não se revelou até que ela chegasse à quinta foto, em close, que mostrava o rosto da garota.

- Pregos? – Ela perguntou.

- Sim – O’Malley disse. – E pelo que podemos dizer, foram colocados com tanta precisão e força que ele deve ter usado uma dessas pistolas de prego pneumáticas. Temos peritos trabalhando nisso, então por enquanto só podemos especular. Nós achamos que o primeiro golpe foi o que a atingiu atrás da orelha esquerda. Deve ter sido de alguma distância porque não entrou totalmente. Acertou o crânio, mas é tudo o que sabemos até agora.

- E se não foi esse prego que a matou - Connelly disse, – com certeza foi o que entrou por debaixo da mandíbula. Entrou por debaixo da boca, atravessou a passagem nasal e chegou até o cérebro.

A violência envolvida parece mesmo coisa de Howard Randall, Avery pensou. Não tem como negar isso.

Ainda assim, havia outros elementos na foto que não fechavam com o que ela sabia sobre Howard Randall. Ela estudou as imagens, percebendo que mesmo com todos os casos que já tinha visto, essas fotos estavam entre as mais sangrentas e mais perturbadoras.

- Então, o que exatamente o que vocês precisam de mim?

- Como eu disse... Você conhece esse cara muito bem. Baseado no que você sabe, quero saber onde ele poderia estar. Acho que é seguro pensar que ele ficou aqui na cidade baseado nesse assassinato.

- Não é perigoso apenas assumir que isso foi feito por Howard Randall?

- Duas semanas depois dele escapar da prisão? – Connelly perguntou. – Não. Eu diria isso com todas as letras, gritaria Howard Randall. Você precisa voltar lá atrás e revisar as fotos das cenas dos crimes dele?

- Não – Avery disse um pouco maldosa. – Estou bem.

- Então o que você pode nos dizer? Estamos procurando ele há duas semanas e não conseguimos nem uma pista.

- Achei que você tinha dito que não me queria nesse caso.

- Preciso do seus conselhos e sua assistência – Connelly disse.

Algo naquela história quase a insultava, mas Avery não via razão para argumentar. Além disso, ela teria algo para pensar além do estado de Ramirez.

- Todas as vezes que falei com ele, ele nunca me deu uma resposta direta. Era sempre algum tipo de enigma. Ele fazia isso para me irritar—para me fazer pensar na resposta. Ele também fazia para se divertir no fim das contas. Eu acho, honestamente, que ele me via como um tipo de conhecida. Não amiga, na verdade. Mas alguém com quem ele poderia falar em um certo nível intelectual.

- E ele nunca se ressentiu por todo aquele drama quando você era advogada?

- Por que ele se iria se ressentir? – Ela perguntou. – Eu livrei ele... um homem livre. Lembre, ele basicamente se entregou depois. Ele matou novamente para mostrar quão incompetente eu era.

- Mas essas visitas que você fez para ele na prisão... Ele aceitava?

- Sim. E honestamente, eu nunca entendi isso. Acho que era algo a ver com respeito. E por mais que soe estúpido, acho que tem uma parte dele que sempre se arrependia do último assassinato—de ter feito eu me sentir tão mal no processo.

- E ele alguma vez falou em escapar durante suas visitas? – O’Malley perguntou.

- Não. Parecia que ele estava confortável lá. Ninguém mexia com ele. Todo mundo tinha esse tipo estranho de respeito por ele. Medo, talvez. Mas ele era praticamente o rei daquele lugar.

- Então por que ele sairia? – Connelly perguntou.

Avery sabia onde ele queria chegar, o que ele estava tentando dizer. E o pior é que aquilo fazia sentido. Howard só sairia se ele tivesse algo para fazer aqui fora. Algum trabalho não terminado. Ou talvez ele estava só entediado.

- Ele é um homem esperto – Avery disse. – Assustadoramente esperto. Talvez ele queria ser desafiado novamente.

- Ou queria matar novamente – Connelly disse com desgosto, apontando para as fotos.

- Possivelmente – ela concordou. Depois olhou novamente para as imagens. – Quando ela foi encontrada?

- Três horas atrás.

- O corpo ainda está lá?

- Sim, acabamos de chegar de lá. Os legistas vão chegar em cerca de quinze minutos. Os peritos estão lá com o corpo até eles chegarem.

- Ligue e diga para eles esperarem. Não toquem o corpo. Quero ver a cena.

- Eu disse que você está fora dessa – Connelly disse.

- Você disse. Mas se você quer que eu te diga o que se passa na mente de Howard Randall—se ele cometeu mesmo esse crime—então só olhar para as imagens não vai ser suficiente. E mesmo correndo risco de parecer arrogante, você sabe que eu sou a melhor investigadora de cenas de crime que você tem.

Connelly a xingou rapidamente sem dizer uma palavra. Sem falar mais nada, ele virou-se e pegou seu celular. Discou um número e, segundos depois, alguém atendeu.

- É o Connelly – ele disse. – Olhe só. Não mexam o corpo já. Avery Black está a caminho.

CAPÍTULO TRÊS

Estranhamente, Connelly mandou Finley ir com Avery até a cena do crime. Finley não falou muito no caminho, e olhou pela janela pensativo na maioria do percurso. Ela sabia que Finley nunca havia se aprofundado em nenhum caso muito importante. Se aquele fosse o primeiro, ela teria pena dele.

Acho que eles estão se preparando para o pior—alguém precisa assumir a bronca caso Ramirez não resista. Finley é bom como qualquer outro. Talvez até melhor.

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