Блейк Пирс - Perdidas стр 4.

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Esta nova agente era extremamente esperta e os seus instintos e intuição pareciam ser tão fortes como os de Riley.

Mas o que é que Roston estava a tentar fazer agora? Estaria a montar uma armadilha, a tentar obrigar Riley a confessar tudo o que tinha sucedido entre ela e Hatcher?

O instinto de Riley dizia-lhe o contrário.

Mas atrever-se-ia a confiar nela?

Roston sorria enigmaticamente outra vez.

“Agente Paige, pensa que não sei como se sente? Pensa que não tenho os meus próprios segredos? Pensa que não agi erroneamente e fiz um pacto com quem não devia? Acredite em mim, sei exatamente com o que está a lidar. Arriscou e às vezes as regras têm que ser quebradas. Por isso quebrou-as. Não são muitos os agentes que têm essa coragem. Quero muito a sua ajuda.”

Riley estudou o rosto de Roston sem responder. Foi novamente atingida pela sinceridade da nova agente.

Riley detetou um sorriso soturno a formar-se nos cantos da sua boca. Parecia que algo obscuro se insinuava em Roston, tal como acontecia com Riley.

Roston disse, “Agente Paige, quando comecei a trabalhar no caso Hatcher, deu-me acesso a todos os ficheiros de computador relacionados com ele, exceto um denominado ‘PENSAMENTOS’. Estava listado no índice, mas não o consegui encontrar. Disse-me que o apagou. Disse que eram apenas algumas notas sem importância e escritos redundantes.”

Roston recostou-se na cadeira, parecendo relaxar um pouco.

Mas Riley estava tudo menos descontraída. Tinha eliminado o ficheiro denominado PENSAMENTOS de forma precipitada, um ficheiro que continha informação vital sobre as ligações financeiras de Hatcher – ligações que o permitiam manter-se em fuga ao mesmo tempo que detinha considerável poder.

Roston disse, “Tenho quase a certeza de que ainda tem esse ficheiro.”

Riley conteve um estremecimento de alarme. A verdade era que ela guardara o ficheiro numa pen. Muitas vezes pensara em simplesmente apagá-lo, mas não o conseguia fazer. A influência de Hatcher sobre ela fora poderoso. E talvez ela pensasse que poderia utilizar aquela informação algum dia.

Em vez de o apagar, mantivera-o por uma questão de indecisão.

Encontrava-se na mala de Riley naquele preciso momento.

“Tenho a certeza de que esse ficheiro é importante,” Disse Roston. “Na verdade, pode conter informação de que preciso para prender Hatcher de uma vez por todas. E ambas queremos que isso aconteça. Tenho a certeza.”

Riley engoliu em seco.

Não devo dizer nada, Pensou.

Mas será que tudo o que Roston dissera não fazia perfeito sentido?

Aquela pen podia muito bem ser a chave para libertar Riley das garras de Shane Hatcher.

A expressão de Roston suavizou-se mais.

“Agente Paige, vou fazer-lhe uma promessa solene. Se me facultar essa informação, ninguém jamais saberá que a reteve. Não direi a ninguém. Nunca.”

Riley sentiu a sua resistência a ruir.

O seu instinto dizia-lhe que podia confiar na sinceridade de Roston.

Pegou silenciosamente na sua mala, retirou a pen e entregou-a à agente mais nova. Os olhos de Roston dilataram-se ligeiramente, mas não proferiu uma palavra. Apenas assentiu e colocou a pen no bolso.

Riley sentiu uma necessidade desesperada de quebrar o silêncio.

“Quer discutir mais alguma coisa, Agente Roston?”

A agente deu uma risadinha.

“Trate-me por Jenn, por favor. Todos os meus amigos o fazem.”

Riley observou Roston a levantar-se.

“Se não se importar, não a tratarei de outra forma que não por Agente Paige. Pelo menos até se sentir confortável para que seja de outra forma. Mas por favor, trate-me por Jenn. Insisto.”

Roston saiu da sala, deixando Riley ali sentada num silêncio espantado.

*

Riley foi para o seu gabinete tratar de papelada. Quando não estava a trabalhar num caso, aguardava-a sempre toneladas de tédio burocrático e só desaparecia quando regressava ao terreno.

Era sempre desagradável, mas naquele dia estava a seer especialmente difícil concentrar-se no que estava a fazer. Começava a preocupar-se cada vez mais com a possibilidade de ter cometido um erro pateta.

Porque raio acabara ela de entregar aquele ficheiro a Jannifer Roston – ou “Jenn” como ela insistira que Riley a tratasse?

Era nada mais, nada menos do que uma confissão de obstrução da parte de Riley.

Porque é que entregara aquela informação àquela agente em particular quando nunca a mostrara a mais ninguém? Será uma jovem agente ambiciosa não a reportaria a transgressão de Riley aos seus superiores – talvez mesmo ao próprio Carl Walder?

A qualquer momento, Riley podia ser presa.

Porque é que não se limitara a apagar o ficheiro?

Ou podia ter-se livrado dele como fizera com a corrente de ouro que Hatcher lhe dera. A corrente fora um símbolo da sua ligação a Hatcher. Também continha um código para entrar em contacto com ele.

Riley deitara-a fora num esforço frenético para se libertar dele.

Mas por qualquer razão, não conseguira fazer o mesmo com a pen.

Porquê?

A informação financeira que continha era suficiente para limitar os movimentos e atividades de Hatcher.

Até o podia parar de vez.

Era um enigma, tal como tantos aspetos da sua relação com Hatcher.

Enquanto Riley mexia em papéis na sua secretária, o telemóvel vibrou. Era uma mensagem de um número desconhecido. Riley perdeu o fôlego quando viu o que dizia.

Pensava que isto me parava? Tudo foi mudado. Não pode dizer que não foi avisada.


Riley sentiu dificuldade em respirar.

Shane Hatcher, Pensou.

CAPÍTULO TRÊS

Riley olhou para a mensagem com o pânico a invadi-la.

Não era difícil de adivinhar o que sucedera. Jenn Roston abrira o ficheiro mal se tinham despedido. Jenn descobrira o que continha e começara logo a trabalhar para bloquear as operações de Hatcher.

Mas na sua mensagem, o próprio Hatcher anunciava desafiadoradamente que Jenn não tinha sido bem-sucedida.

Tudo foi mudado.


Shane Hatcher ainda estava em fuga e estava zangado. Com os seus recursos financeiros intactos, poderia ser mais perigoso do que nunca.

Tenho que lhe responder, Pensou. Tenho que me entender com ele.

Mas como? O que poderia ela dizer que não o enfurecesse ainda mais?

Então ocorreu-lhe que Hatcher poderia não compreender completamente o que se estava a passar.

Como poderia saber que era Roston que estava a sabotar a sua rede e não Riley? Talvez o conseguisse fazer compreender isso.

As suas mãos tremiam enquanto lhe respondia.

Deixe-me explicar.


\Mas quando tentou enviar o texto, surgiu-lhe a indicação de que não era possível ser entregue.

Riley desesperou.

Exatamente o mesmo que acontecera da última vez que tentara comunicar com Hatcher. Ele enviara uma mensagem críptica e não lhe dera hipótese de responder. Ela costumava conseguir comunicar com Hatcher por chat de vídeo, SMS e até chamadas telefónicas. Mas agora já não.

Naquele momento, não tinha forma de comunicar com ele.

Mas ele ainda conseguia comunicar com ela.

A segunda frase daquela nova mensagem era particularmente arrepiante.

“Não pode dizer que não foi avisada.”


Riley lembrou-se do que ele escrevera da última vez que haviam comunicado.

“Vai viver para se arrepender. A sua família talvez não.”


Num acesso de consciência, Riley disse alto…

“A minha família!”

Ligou atrapalhadamente para casa. Ouviu o toque, depois continuou a tocar. Então surgiu uma mensagem com a sua própria voz.

Era tudo o que Riley podia fazer para evitar gritar.

Porque é que ninguém atendia? As escolas estavam na pausa da primavera. As suas filhas deviam estar em casa. E onde é que estava Gabriela?

Antes da mensagem do telefone terinar, ouviu a voz de Jilly, a menina de treze anos que Riley estava prestes a adotar. Jilly parecia estar sem fôlego.

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