Aldivan Teixeira Torres - A Noite Escura Da Alma стр 4.

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Retomo a caminhada vagarosamente, com o intuito de poupar forças, pois ainda era manhã e eu ainda tinha todo o tempo do mundo para me preparar para o reencontro com a guardiã, essa estranha senhora que eu ainda não conhecia direito. Quem era ela? Nem eu mesmo sabia, apesar de ter convivido por mais de sete dias com ela. O que eu tinha certeza é que ela tinha sido de grande ajuda para entender minhas forças opostas e reuni-las como eu fiz. Agora, eu não acreditava que fosse diferente e me sentia pronto para novos desafios e revelações, mesmo que para isso eu tivesse que me sacrificar. Afinal, o conhecimento tem seu preço e estava disposto a pagá-lo integralmente.

Continuo a caminhar a ritmo lento, mas, constante, ultrapassando a metade do percurso. De relance, olho para baixo e lá está meu querido arruado chamado Mimoso. Ao observá-lo e analisá-lo concluo que ele é muito importante para mim, pois foi exatamente nesse local que tive a minha primeira aventura: Viajando no tempo, corrigi injustiças, reuni as forças opostas e ajudei alguém a se encontrar. Os momentos que passei lá foram momentos de crescimento crítico, humano e espiritual que nunca vou esquecer. Lembrando-me de todos os fatos passados, penso que eu era justamente mais preparado agora por conta disso.

Passado algum tempo de êxtase, volto a me concentrar no meu objetivo, olhando fixamente o caminho que dá acesso ao topo da montanha. Neste momento, as pedras se mexem parecendo querer dizer alguma coisa. Será que eu estava indo para a perdição? Será que essa noite escura não seria demasiadamente perigosa? Bem, era o que eu ia tentar descobrir e já estava bem próximo disso, pois já ultrapassava 3/4 do trajeto. Este fato me trazia felicidade e isto era uma conquista da minha última aventura, pois exatamente na gruta me deparei com três portas que representavam felicidade, fracasso e medo. Pensando nisso, relembro que minha sabedoria foi decisiva para que eu escolhesse a porta da felicidade e desprezasse as demais. Desta feita, tomara que eu tenha a mesma inspiração.

Volto a caminhar e depois de mais alguns passos já me encontro bem próximo do topo, este mesmo topo acolhedor que da última vez realizei desafios. Foram três no total, e avaliaram a minha capacidade e competência. Só depois de passar nos testes da vida é que pude entrar na bendita gruta e iniciar uma aventura que culminou na reunião das forças opostas. Desta vez, acredito que não deve ser diferente, mas não tenho ideia do que me aguarda. Afinal, conheço bem pouco o tema em questão.

Reúno minhas forças restantes para continuar caminhando e tentar descobrir o inimaginável. Mais alguns passos e finalmente consigo chegar ao topo. Ao chegar, sinto o sol brilhar mais forte, uma brisa suave passa ao redor, e posso escutar claramente vozes alteradas. O que elas revelam é totalmente secreto e não posso revelar. Para ter acesso ao seu entendimento e conteúdo é necessário subir a montanha sagrada como eu fiz.

O novo desafio está lançado. Continuemos juntos, leitor.

O primeiro dia sobre a montanha

Acabo de chegar e este fato me deixa mais confortável. Olho no relógio de bolso e verifico que a hora do almoço se aproxima e imediatamente adentro na mata para buscar o que comer. Dentre as várias trilhas que se apresentam, escolho a mesma da aventura anterior a qual já é conhecida e com isso não corro o risco de me perder num topo extenso e enigmático. Alguns minutos depois, consigo vislumbrar uma bananeira e um coqueiro. Estou salvo, pelo menos por enquanto.

Aproximo-me mais e quando chego exatamente no local, subo na bananeira e no coqueiro com a mesma fé e garras que subi a montanha; recolho os frutos, desço, alimento-me e descanso um pouco. Entretanto, não me demoro muito, pois ainda tinha que procurar toda a madeira necessária para construir minha cabana. Esta era estritamente necessária para me salvar dos animais ferozes. Ao conseguir meu intento, retorno.

De volta, começo a construir minha morada, mas o tempo passa e nem sinal da guardiã. O que terá acontecido com ela? Será que ela não existe mais? Bem, se este fosse o caso eu estaria realmente perdido, pois ainda acredito que ela seja a chave ou pelo menos a seta que me conduza ao caminho tão desejado da noite escura da alma. Tento não pensar no pior e continuo a construir meu teto provisório e como já tenho experiência ele ficará bastante firme para eu ter segurança à noite. Com muita dedicação da minha parte, finalmente o meu teto fica pronto. Resolvo descansar um pouco, pois já era quase noite.

Alguns instantes mais tarde, um vento gelado sopra e eu tenho um mau pressentimento. O que estava para acontecer? Analiso o ambiente ao meu redor e ele dá sinais de que a montanha estava próxima de reagir à minha presença. Seria natural, afinal, eu estava pisando em solo sagrado, sem ao menos pedir permissão. Com todos os poréns, decido me trancar na cabana e esperar o outro dia, pois a noite já caía. Boa noite, leitores. Até o próximo capítulo.

A noite escura da alma

Eu me sinto feliz e tranquilo no topo da montanha sagrada que possibilitou os meus objetivos. O tempo é bom, eu estou sozinho, mas isto não me dá medo, pois aprendi a controlar esta fraqueza em forças opostas. Num instante, o aspecto da montanha começa a mudar bruscamente: O chão que estou pisando desaparece, eu começo a flutuar, nuvens negras se aproximam no céu e a cada momento uma angústia misteriosa sufoca meu peito. Concomitantemente, do lado norte, surge um grupo de índios liderados por Kualopu, o feiticeiro das trevas. À medida que eles se aproximam, as nuvens negras se aglomeram ainda mais no céu, encobrindo totalmente o sol, deixando o dia com o aspecto de noite. Observando a cena, escuto Kualopu pronunciar palavras ininteligíveis, como se tentasse expulsar as suas forças ocultas. Quando ele faz isso, as nuvens negras se movimentam rápido e encobrem todo o meu corpo. No mesmo instante, um círculo de luz se produz à minha volta, prendendo-me irremediavelmente. No momento seguinte, as forças gravitacionais são abaladas e uma espécie de túnel do tempo é produzido. Imediatamente sou empurrado de encontro ao túnel, e ao tocá-lo sou submetido a uma sequência de visões. Nelas, viajo para o mundo dos espíritos, mais exatamente para uma reunião entre os espíritos mais evoluídos. Na respectiva reunião, eles sentam, conversam democraticamente, especificamente sobre a divisão entre as forças opostas. No final, fica acordada a atuação de cada uma delas e os aspectos da escolha com relação à noite escura da alma. É bom destacar que nada disso é bastante claro, pois estes mistérios não são dados ao ser humano. Depois de terminada a reunião, um choro de bebê é ouvido e a vida acontece.

A infância é um período de descobertas e de encontro consigo mesmo. Neste período, a família tem um papel primordial na formação de cada indivíduo. Os pais têm o dever de ser o alicerce moral necessário para se construir pessoas justas e do bem. Falando ainda da infância, é também nessa época que os fenômenos extra-sensoriais estão mais aguçados. Em particular, minhas visões revelam alguns desses momentos: O vampiro da casa mal-assombrada, a mulher que sobe da terra para assustar, o morto que pede ajuda para encontrar a tão desejada luz, entre outros momentos. Em cada uma dessas situações surge o desespero do inexplicável e as perguntas que parecem não se calar. Estamos sós no universo? A porta entre os dois mundos está mesmo fechada? Quem tivesse as respostas sobre estas questões poderia escrever livros maravilhosos.

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