Aldivan Teixeira Torres - ভবষয দরষটর গপ সমগর стр 4.

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“Detesto incomodá-la assim…”, começou ele, mas ela interrompeu-o outra vez.

“Disparate. Não incomoda nada. Não pode escolher onde o seu carro se avaria, pois não?”

“Não”, suspirou ele. “Esperava que me deixasse usar o seu telefone para uma chamada rápida.”

“Até deixava, se tivesse um.”

“Vive aqui longe de tudo sem um telefone?”

“Se eu tivesse um telefone, as pessoas iam passar a vida a tentar ligar-me”, disse ela. “Já há demasiadas pessoas a tentar falar comigo. Prefiro estar um pouquinho inacessível.”

“Mas e se tem algum problema?”, insistiu ele. “Se precisar de contactar alguém?”

“Não tenho nenhuma dificuldade em entrar em contacto com quem quero”, disse ela. “E não há problema que eu e o meu pessoal não consigamos resolver.”

“Ah, tem pessoal. Assim sempre é melhor.”

“Yep. Aliás, eu ia sugerir que o meu motorista desse uma vista de olhos ao seu carro. Provavelmente saberá repará-lo.”

“Não quero dar-lhe incómodo...”

“Oh, não me incomoda nada. O Fritz é que vai fazer isso. É para isso que ele cá está.” Ela pegou no medalhão e falou na direcção dele. “Fritz, está um carro na estrada aqui em frente que parou de funcionar. Podes dar-lhe uma vista de olhos e ver se o consegues pôr a andar?”

“Sim, Fraulein”, disse uma voz vinda do medalhão. O sotaque alemão era tão cliché que quase que se podia ouvir o bater da continência do outro lado.

“Muito obrigado”, disse ele.

Ela virou-se para o encarar. “A propósito, o meu nome é Polly.”

"Ah, hum, olá. Eu sou o Rod."

Ela inclinou a cabeça para a esquerda. "Mas não se parece nada com um "rod"1.

"Como é um "Rod", então?"

"Oh, longo, cilíndrico e duro." Ela fez um sorriso malicioso. "A menos que seja uma alcunha." Ele corou violentamente. "É, hum, é o diminutivo de Herodotus", disse baixinho. Ao mesmo tempo perguntou-se porque é que o tinha dito; era uma informação que ele quase nunca dava voluntariamente, muito menos a um estranho.

"Ah, o historiador grego!", exclamou Polly. "Que chique."

"Conhece?"

"Claro! Eu adoro a Grécia Antiga."

"Pois, o meu pai também. Era professor de cultura clássica."

"Ele devia gostar muito de si para lhe dar um nome tão nobre."

Herodotus fez um esgar de escárnio. "Herodotus Shapiro é um nome horrível para dar a um rapaz judeu."

"Eu gosto. Vou tratar-te por “tu”. Importas-te que eu te chame "Hero2"?"

"Prefiro Rod, a sério."

"Podes ser o meu Hero", disse ela, ignorando-o completamente. "Sempre é melhor que "Her3", não achas?"

"Não me faz diferença", respondeu com resignação. Ele tinha de momento problemas muito mais prementes do que aquilo que uma miúda qualquer tola e rica lhe chamava. De momento, um desses problemas era conseguir tirar os olhos do corpo deslumbrante dessa miúda tola e rica e não se babar para o chão.

Ela meteu o braço no dele e levou-o em direcção à sala que ficava à direita. "Anda para a sala e junta-te à festa!"

"Festa?" Sentiu o peito subitamente apertado. Festas estavam cheias de gente normalmente muito bem disposta, e gente bem disposta era a última coisa de que ele precisava neste momento. "Oh, eu não queria vir à penetra..."

"Não conseguias vir à penetra nem que quisesses", disse-lhe Polly firmemente. Ele sentiu-se de repente muito consciente do facto de estar despenteado e transpirado da viagem. "Acho que não ia estar à vontade. Muito provavelmente não conheço ninguém..."

"Não te preocupes, vais dar-te lindamente. É tudo boa gente, não convido ninguém que não seja."

"Mas... hum... nem estou vestido para uma festa."

"Não te preocupes, todas as minhas festas são ‘venha-como-estiver’, muito informais. As pessoas são mais importantes para mim do que as roupas que trazem vestidas. Anda!"

Ela abriu as portas de correr e levou-o para um salão cheio de gente. Uma música de fundo instrumental alegre estava a tocar enquanto as pessoas conversavam entre elas amigavelmente, e aqui e ali ouviam-se gargalhadas.

A alcatifa azul-claro estava coberta por dois tapetes persa com fundo azul-real. O papel de parede era num ton-sûr-ton de riscas horizontais azul-pastel e azul-marinho que corriam entre o tecto e os rodapés altos. Havia um sofá estilo séc. XIX comprido em brocado azul, cinco cadeiras estofadas com um padrão de jacintos azuis em losangos sobre um fundo verde-lima e, ao fundo do salão, um piano de cauda azul-bebé. Pequenas mesas de apoio de mogno em estilo antigo faziam sobressair a consola em meia-lua debaixo de um grande espelho de contornos biselados. No entanto, toda a gente estava de pé a conversar; ninguém estava a fazer uso do elegante mobiliário.

Ele examinou a multidão sem encontrar nenhuma cara conhecida. "Como é que conseguiste que todas estas pessoas viessem até tão longe para a tua festa?"

"Convidei-as", disse Polly simplesmente. "As pessoas gostam das minhas festas."

Ela carregou num botão do medalhão que tinha ao pescoço e um zumbido suave mas insistente soou no salão; os convidados interromperam as conversas para olhar para a porta.

"Olá a todos", disse ela. "Espero que estejam a divertir-se!" A maior parte das pessoas acenou com a cabeça, outros murmuraram afirmativamente.

"Óptimo!", disse Polly. "Se houver algum problema, digam-me. Quero apresentar a todos o meu Hero. Bem, na verdade o nome dele é Herodotus Shapiro, mas eu acho que Hero lhe cai como uma luva. Por favor, façam-no sentir-se bem-vindo!" Ouviu-se um breve aplauso vindo dos convidados, o que só fez com que Herodotus ficasse ainda mais embaraçado.

Polly olhou para ele: "Estás com cara de quem precisa de uma bebida."

"Não costumo beber..."

"Só um copo de vinho. Fifi!", chamou ela. Uma bela rapariga loira, nova e vivaz vestida com uma farda branca e preta de garçonette aproximou-se segurando um tabuleiro com copos de vinho. O uniforme era muito reduzido e deixava pouco espaço à imaginação, em particular no que respeitava à perfeita perpendicularidade dos seus apêndices mamários. "Oui, mademoiselle?", perguntou ela.

Polly pegou com destreza em dois copos do tabuleiro, deu um a Herodotus e ficou com o outro. "Fifi, quero que te certifiques que o Hero tem tudo o que deseja."

A garçonette olhou para Herodotus e sorriu. "Farei o meu melhor", prometeu ela, subitamente enrouquecida, com as ancas e os ombros a ondear como se corressem em eixos separados.

Polly ergueu então o copo num brinde. "A novas amizades", disse, tocando com o copo dela no seu. Herodotus olhou para o líquido dourado no copo e provou-o; era delicioso - doce sem ser enjoativo, suave, refrescante e com uma nota tonificante e frutada. Bebeu mais um pouco, desta vez com prazer.

Ela observava-o com um sorriso. "Gostas?", perguntou.

"Sim, é muito bom."

"É das minhas vinhas", gabou-se ela. "Chama-se Satisfação, e é o vinho de uvas felizes. Estas vinhas estão mesmo ao lado de umas onde tenho as uvas da ira. Guardo este vinho para ocasiões especiais."

"Olha, Polly, eu..."

"Desculpa ter de te abandonar por algum tempo, mas tenho de ir tratar dos outros convidados. Sabes como é, deveres de anfitriã... Mete conversa com as pessoas, diverte-te. Se precisares de alguma coisa, a Fifi e o James estão à tua disposição."

"Quem é o James?"

"O meu mordomo. Não demoro muito. Depois podemos falar." Ela bebeu um pouco do vinho e misturou-se com os outros convidados, coleccionando sorrisos de todos com quem falava, até desaparecer na multidão.

Herodotus sentiu-se muito deslocado e só. Toda a gente tinha um ar amigável, é certo, mas ele não estava a sentir-se particularmente sociável - não hoje. Dirigiu-se ao sofá, sentou-se tão levemente quanto pode numa das extremidades por respeito à sua óbvia antiguidade e tentou passar tão despercebido quanto possível.

Passados alguns minutos, um homem aproximou-se e sentou-se ao seu lado. Aparentava estar perto dos setenta anos, com uma cara magra de pele enrijecida pelas intempéries e cabelo branco-neve no alto de uma testa com entradas profundas. Era magro com uma barriga algo proeminente e tinha a face enrugada, mas simpática. Havia ali muitas linhas de sorriso.

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