Kate Rudolph - O Roubo Do Alfa стр 3.

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O homem rude atrás do bar era um metamorfo, provavelmente um gato. E se Mel tivesse que adivinhar, a família de quatro pessoas que estava na mesa mais próxima da janela também era. Mas as duas crianças estavam em pré-transformação. Quase nenhum metamorfo era atingido pela mudança até a adolescência. Mas os pais não eram companheiros. Não se os olhos do pai colados nos seus seios fossem alguma indicação.

Todo mundo era humano. Mel podia dizer só de olhar. Com o perfume que usava, era impossível distinguir pelo cheiro. Uma desvantagem, mas valia a pena já que tornaria difícil para o bando aqui dizer que ela também era uma metamorfa.

A caixa registradora ficava na frente, o cofre provavelmente nos fundos, preso ao chão, se fossem espertos. Poderia tirar dali uns mil dólares em minutos, mas não valia a pena. Não quando ficariam na cidade por semanas e tinham muito dinheiro para gastar.

Viu Krista bufar impaciente, cruzando os braços. A mulher personificava a palavra duende. Com pouco mais de um metro e meio de altura, cabelo castanho curto e espetado e a pele que praticamente brilhava como bronze, parecia uma espécie de ninfa punk da floresta. E sabendo exatamente a força do seu soco, Mel jamais diria isso a ela.

Bob, por outro lado, era... Bob. Os dois trabalharam juntos algumas vezes antes de ela decidir trabalhar por conta própria, e ele foi o primeiro em quem pensou quando precisou de uma equipe. Mas se alguém lhe pedisse para descrevê-lo, mesmo enquanto estava olhando diretamente para ele, não poderia. Ele era um homem, com cabelos castanhos ou pretos, talvez loiros, e olhos... os olhos estavam onde deviam estar, junto com o nariz e a boca. Achava que a pele dele era escura, mas não conseguia descrever o tom. Só podia ser um feitiço de percepção, mas nunca sentiu aquela pontada de magia que qualquer bruxa normal emitia. Mas no fim das contas, sempre soube que ele era Bob e que estava lá para apoiá-la, o que, em sua opinião, era o suficiente.

Se sentou na cabine em frente a seus parceiros. Com um aceno de cabeça, Krista ativou uma proteção de desvio de som. Isso distorceria tudo o que dissessem para que ninguém ao seu redor pudesse entender o conteúdo da conversa, mas as pessoas ainda ouviriam o murmúrio de suas vozes. Ninguém jamais questionou isso e a magia era tão sutil que nem mesmo Mel, com seus sentidos altamente sintonizados, conseguia desativá-la.

Por que nos chamou? Krista perguntou. Achei que não quisesse mais fazer trabalhos em equipe. Havia um tom rude em sua voz, e Mel sabia que era justificado.

A Tina me ofereceu o trabalho. Krista ergueu as sobrancelhas ao mesmo tempo em que seus lábios se curvaram, então Mel continuou. E não tenho como fazer isso sozinha de jeito nenhum. Não confio em mais ninguém, além de vocês dois, para me ajudar a fazer isso.

A Esmeralda Escarlate? Bob perguntou, sua voz mais uniforme do que nunca. Você acha que quero morrer, Kitty?

Mel apertou a mão com o apelido. Ele devia estar bem chateado mesmo.

Sim. E como pagamento, vocês podem escolher qualquer item da minha coleção que desejarem. Um para cada. Dividiria seu estoque pela metade e daria tudo para tentar acertar Ava. Mas não precisava chegar a esse ponto.

E você tem que nos trazer ao território transmorfo para fazer a oferta? Krista não parecia satisfeita. Nós dois provavelmente quebramos três tratados só por virmos até aqui, mais ainda por estarmos sentados em um bar que fica há 20km do castelo do Rei Gato! Se não fosse pela necessidade de discrição, a mulher mais jovem teria batido o punho contra a mesa. Isso é manipulação, Mellie, não venha com essa para cima de mim. Se me quer para um trabalho, é só pedir.

Bob não disse nada, mas acenou com a cabeça em concordância.

Mel parou por um momento e tentou tirar a tensão de seus ombros.

Vocês vão me ajudar a roubar a Esmeralda Escarlate? Não posso fazer isso sem vocês. Nem doeu dizer isso, não para Bob, nem para Krista. Foi uma surpresa.

Seus parceiros compartilharam um sorriso malicioso.

E aquele diamante tão grande quanto o punho do Bob?

Mel sabia exatamente do que ela estava falando. Levou seis meses de planejamento para consegui-lo.

É seu. Ela olhou para Bob.

Ele deu de ombros.

Tenho certeza de que vou pensar em algo. Ele iria, sempre pensava.

Ela se inclinou para frente, com os cotovelos sobre a mesa. Quase podia ouvir a voz de sua mãe gritando para retirá-los.

Vai ser complicado. Não há registro de plantas, nem detalhes do sistema de segurança. E eles são metamorfos, o que significa que são cerca de vinte vezes mais difíceis de roubar do que qualquer outra pessoa, exceto talvez por um complexo protegido pela irmandade.

Krista se irritou com a avaliação.

Tente roubar de uma irmandade sem alguém para quebrar as proteções.

Não há nada registrado no condado? Bob perguntou.

Mel sorriu.

De acordo com os registros, o sr. Torres mora em um sobrado de 130 metros quadrados, com três quartos e dois banheiros. Ela puxou uma pasta de sua bolsa e colocou as fotos na mesa na frente deles.

Castelo não era o termo correto para o complexo de Torres. Era moderno demais. Tudo era construído em linhas retas e cimento, e as janelas eram pequenas no nível do solo e um pouco maiores a partir do quarto andar. A coisa toda subia até a altura das árvores ao redor e, felizmente, elas chegavam quase até a construção real. Pela perspectiva defensiva, era uma decisão estúpida, mas um gato não conseguia resistir ao chamado da floresta.

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