Juan Moisés De La Serna - Suicídio Policial: Guia Para Uma Prevenção Eficaz стр 7.

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São várias as contribuições teóricas que foram realizadas para explicar o fenômeno do suicídio, as quais podem ser agrupadas em três:

a)Perspectiva biológica, que tenta explicar uma maior propabilidade de suicídio se houver um parente próximo que o tenha sofrido, inclusive alegando que existem genes que aumentam a possibilidade de suicídio, conforme observado em uma pesquisa onde foram analisadas 43 famílias de Utah (EUA), nas quais pelo menos um de seus membros havia cometido suicídio nas últimas sete gerações (Coon et al., 2018). No total foram coletadas mais de 4.500 amostras de DNA, e analisaram 207 genes diferentes, encontrando uma associação entre um aumento de risco na presença de variantes nas proteínas SP110, rs181058279; AGBL2, rs76215382; SUCLA2, rs121908538; APH1B, rs745918508

Apesar do exposto e como apontam os autores, estes genes não explicam todos os casos de suicídio, mas apenas 50% deles (Pedersen & Fiske, 2010).

b)Perspectiva social, onde o foco não é tanto no indivíduo como uma entidade biológica ou psicológica, mas como reativo das condições sociais em que vive, assim o suicídio tem sido associado à perda de valores, inconsistência de normas, desorganização social, ruptura de laços com a sociedade, aspectos que são observados em certos agentes que tentaram tirar a própria vida, quem estava envolvido em algum tipo de investigação ou havia sofrido condenação ou afastamento do trabalho, de modo que o sentimento do dito agente em relação a essa sociedade era de que esta havia falhado com ele, ou que ele não poderia confiar nas instituições que representava até o momento, o que poderia tê-lo levado ao suicídio (Palacio., 2010).

Deve-se destacar um fator fundamental no âmbito social e que não são afetados por crises econômicas e taxas de desemprego, ambos os aspectos se correlacionam a nível social com taxas de suicídio mais altas, mas que, sendo a polícia, pelo menos na Espanha, funcionários públicos do governo central, regional ou local, ou seja, são funcionários com contratos vitalícios, com salário fixo, independentemente da conjuntura econômica do país, o que significa que ambos os fatores não têm impacto.

Apesar do exposto, os agentes podem perder sua condição e com ela a referida estabilidade econômica devido a uma série de pressupostos, que no caso da Polícia Nacional estão incluídos no artigo 5º da Lei Orgânica 9/2015, de 28 de julho, sobre o Regime de Pessoal da Polícia Nacional (Chefia de Estado, 2015)

a) A aposentadoria.

b) A demissão do cargo de funcionário.

c) A perda da nacionalidade espanhola.

d) A sanção disciplinar de afastamento do trabalho que tenha caráter definitiva.

e) A pena principal ou acessória de desqualificação absoluta ou especial para o exercício do trabalho ou cargo público que tenha caráter definitiva.

Aspecto, o do afastamento do serviço, voluntário ou não, que tem sido associado a um aumento nas taxas de suicídio (LaMontagne et al., 2018).

c)Perspectiva individual, onde a psicologia desenvolveu diversas teorias associadas ao suicídio entre os membros da corporação e forças de segurança (Violanti, Owens, McCanlies, Fekedulegn, & Andrew, 2019):

Psicodinâmica, a superexposição a um ambiente inapropriado pode levar à superação das barreiras psicológicas do agente e que isto o conduza ao suicídio.

Cognitiva, onde se observou como os policiais mostram uma falta de flexibilidade cognitiva em seu trabalho, associado a dificuldades em administrar o estresse contínuo, aumentando a ideação suicida.

Taxonômico, onde existem quatro fatores associados ao suicídio no âmbito militar (aplicável à polícia), o formativo, os antecedentes, os precipitantes, e os associados aos sentimentos de alinhamento e impotência.

Com base na autópsia psicológica, empregando este método se chegou a entender como existem fatores sociais prévios que afetam a sua rede de contatos e a sua integração com os colegas.

Perspectiva de pressão, onde os agentes vão reagir de forma desigual aos estressores de seu trabalho, podendo enxergar o suicídio como uma solução para dito sofrimento.

Interpessoal, onde o estresse no trabalho está relacionado a exposições traumáticas, aliadas ao sentimento de isolamento e falta de pertencimento social.

Diátese-estresse interativa, onde o suicídio está relacionado ao estresse e os fatores pessoais de predisposição (Mann, Waternaux, Haas, & Malone, 1999).

São considerados fatores de risco aqueles em cuja presença aumentam as chances de sofrer atos suicidas. Estes podem ser quantitativos ou qualitativos, no primeiro caso estaríamos falando de fatores que precisam se acumular ao longo do tempo, ou que requerem uma alta intensidade para poder ter essa influência na conduta suicida; e no caso dos fatores qualitativos, se falaria mais da mera presença desse fator como sendo suficientemente determinante para provocar tal ato.

Em relação aos fatores que aumentam a probabilidade de suicídio, destaca-se (Comissão de Saúde Mental do Canadá, 2018):

os antecedentes familiares tanto de casos de suicídio como de distúrbios psicológicos.

as tentativas anteriores de suicídio.

os pacientes crônicos hospitalares.

o abuso de álcool.

a prisão.

as mudanças de estação.

a influência dos meios de comunicação.

os fatores sociais, como o isolamento ou eventos vitais recentes.

a exposição à violência.

o trabalhar em determinadas profissões, como no campo da saúde, em serviços de emergência ou na polícia.

Sobre este último ponto no que diz respeito ao trabalho que é realizado, outras pesquisas têm associado uma maior taxa de suicídio a profissões como a de fazendeiro, médico, policial ou soldado (Tiesman et al., 2015); embora haja um maior número de suicídios na polícia em comparação com a população geral, dentro dos empregos de risco eles ficam atrás das taxas de suicídio de bombeiros, soldados e funcionários penitenciários (Milner, Witt, Maheen, & Lamontagne, 2017; Stanley, Hom, & Joiner, 2016).

Portanto, e levando em consideração a descrição anterior, pode-se afirmar que os policiais estarão mais expostos a suicídios devido às características de sua profissão, ao isolamento social que às vezes produz, e à exposição quase constante à violência.

Somente com esses três fatores, estaríamos falando de uma população particularmente vulnerável em que taxas de suicídio mais alta do que da população em geral poderiam ser esperadas, aos quais fatores temporários, como os sazonais (inverno ou verão), os eventos sociais (perda de um familiar), o consumo de álcool, produzindo um maior risco de suicídio entre os agentes, dados os elevados níveis de estresse a que estão submetidos, com deslocamentos geográficos temporários, exposição quase contínua à violência, sensação de isolamento social (Mishara & Martin, 2012).

A primeria coisa a esclarecer é o conceito de pessoa, cuja etimologia (origem do significado das palavras) se refere às máscaras que os gregos utilizavam em suas apresentações teatrais; ou seja, a pessoa (máscara) é a imagem com que nos apresentamos aos demais; sem ser tão estrito, o termo é usado para designar um indivíduo substancialmente diferente dos demais, que pertence a uma determinada espécie. Esta pessoa terá uma série de qualidades, além de suas características físicas, como peso, altura, cor do cabelo, pele ou olhos, entre outras; também apresentará uma forma de sentir e de se relacionar consigo mesmo e com os demais, mostrando um estilo de comportamento e maneiras próprias de agir. A este conjunto de estilos de pensar, sentir e agir que se denomina personalidade, em que se podem distinguir três facetas:

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