Guido Pagliarino - O Metro Do Amor Tóxico - Romance стр 6.

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... Mas o apelido...

É do meu marido. Aquele da minha família é costante. Disse Miniver por habito. Na verdade, tinha-se confidenciado sem embaraço, recuperarei o meu daqui a pouco: ja vivo sozinha e estou para legalizar o divorcio.

Ao Plaza depois das formalidades da entrada, Norma tinha-me procedido com o porteur até dentro da sala. Na porta, um cartaz em quatro línguas, mas não em italiano, advertia em letras maiúsculas: NÃO BEBER A ÁGUA DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. PODERIA CONTER SUBSTÃNCIAS NOCIVAS.

Estou à sua disposição como hostess durante todo o tempo da sua permanência, tinha-me tranquilizado; mas agora, penso que o senhor deseja somente refrescar-se e repousar. Ocupo o quarto aqui ao lado esquerdo, para qualquer eventualidade.

Tinha-me questionado se, entre as eventualidades, estivessem também aquelas que, inesperadas, estavam-me subindo a partir do baixo-ventre até à garganta naquele momento. Tinha sido ela a dar gorjeta ao rapaz da mala. Hospitalidade completa, tinha pensado, e quem sabe se está incluso também o amparo afectivo a este hóspede só e perdido? Lhe tinha dito somente: terei certamente necessidade de ajuda e... conforto.

Tinha sorrido bruscamente, abaixando um momento os olhos como quem está confusa; depois tinha-se encaminhada, mas sem pressa, à porta. O almoço é as 13 horas, tinha-se despedido, aqui perto, ao Coolings. Aproveitei para informá-la sobre o programa.

O Coolings oferecia apenas comidas frias, sem sabor ou pior. Tinha pedido uma galantina de frango gomosa com desgostoso arroz, quase gelado, ao carril e um bolo da maçã lenhosa. Terei abandonado dentro dos pratos grande parte da comida. Norma tinha-se limitado num batido esverdeado que deveria ser de salutar, como tinha dito, duma tal consistência densa, lamacenta que, talvez, tinha o preciso foco de fazer passara fome ao austero freguês em dieta.

A cerimonia será em Brooklyn, imagino, lhe tinha questionado encarando inconscientemente o pitéu e depois que ela, já em poucos goles, tinha esvaziado com coragem o seu copo.

Não, a entrega de prémios será no parque da vivenda Valente, fora da cidade. As primeiras duas edições sim foram em Brooklyn, nos anos 40 e 50, quando havia ainda muitíssimos italianos. Hoje o premio, de Brooklyn, tem somente o nome.

Instintivamente tinha tocado ligeiramente com o dedo da mão esquerda a unha do indicador da outra sua mão, que estava colocada há um bom tempo no meio da mesa, ao lado do meu copo de (água) mineral.

Não tinha retirado.

No fim do almoço, tinha-me proposto para dar uma volta pela cidade. Não tínhamos tarefas, de facto, até às sete da noite. O primeiro encontro da minha estadia prévia, para aquela hora, um aperitivo no apartamento de nova Iorque de Mark Lines, o meu editor americano. Finalmente nos teríamos conhecido. Tinha família mas nos teria recebido sozinho: trata-se dum pequeno sitio no último andar que mantém como base na cidade, onde vive com um criado: mulher e filhos habitam no campo, a umas quarenta milhas daqui, e com eles vê-se nos fins-de-semana, tinha-me explicado Norma. Tinha acrescentado que estariam como hospedes também dois da família Valente, irmão e irmã, e alguns outros poderosos da cidade: não obstante os milhões de habitantes, as famílias que contam realmente são poucas centenas e se conhecem quase todas entre elas. Depois do aperitivo em casa do Lines, teria jantado com ele e a minha intérprete num restaurante próximo de Manhattan; depois, liberdade para mim e para fazer o que preferia. A minha assistente tinha dois bilhetes para um concerto, se quisesse podíamos ter ido ou se não, cabia a mim de propor. A entrega do premio teria sido no dia seguinte, as 18. Gravata preta, mas dada ao intenso calor daqueles dias, directamente para vestir uma camiseta logo de imediato. Seguidamente, uma festa em minha honra, no parque da vivenda.

Tomo eu o comando pela cidade, senhor Velli, ou tem algumas preferências? tinha posto o motor a funcionar.

Entretanto preferiria que me chamasse Ranieri; ou melhor, Ran, que é mais simples. Posso chamá-la Norma? Tinha tido o impulso de tocar-lhe ligeiramente a mão, que tinha pousado na mudança para as manobras, todavia tinha-me contido. Pelo contrario tinha-lhe observado por muito tempo o perfil.

Ela, sem reparar-me, tinha respondido: está bem, tratemo-nos mesmo por tu.

Seria do meu agrado ver Brooklyn. O que achas?

Okay, Ran.

Estávamos enfim no regresso, quase no fundo de Brooklyn-Queens Expwy, ao longo dos cais e palas pontes.

... e agora, onde queremos ir? questionara-me Norma.

Para comer uma alguma coisa boa.

Para comer? Te assaltou a fome?!

Não toquei quase nada. Tinha tido uma inspiração. Pegando-a vagamente, tinha arriscado: se tu sabes dalguma cozinha disponível, poderia preparar eu alguma coisinha aceitavelmente agradável.

Sabes cozinhar? E gostas? a sua voz sabia de surpresa e divertimento: eu não gosto.

Eu gosto e, pelo menos, sei aquilo que consumo; mas onde podemos encontrar uma cozinha? tinha-lhe tocado ligeiramente o braço numa brevíssima carícia.

Na minha casa, tinha sorrido.

Era uma pequena moradia no trigésimo quarto, junto de Herald Square, em Manhattan, no rés-do-chão duma casa antiga acabada de ser pintada de novo. Não era distante do hotel. Um lindo apartamento: a partir do átrio - sala, bastante amplo, com moveis em pluma de mogno estilo inglês do 800 e dois pequenos sofás modernos contrapostos, pouco mais que poltronas, vislumbrava-se à esquerda, pela porta deixada aberta, a cómoda do quarto, Luigi XV; a entrada abria-se até ao fundo, por uma porta em arco, sobre uma linda cozinha, toda de madeira da nogueira. A casa de banho devia ser adjacente ao quarto.

Vivo alugando, tinha precisado Norma, móveis inclusos. Até ao mês passado vivia no último andar do meu marido, aqui perto, Arnold tem também o ateliê.

Um atelier? O que é, um alfaiate?

Não, tinha rido, é Arnold Miniver, o pintor.

Nunca tinha ouvido falar dele: é famoso?

Famosíssimo! tinha-se espantado: vendeu também na Itália; mas não o conhecia?!

Francamente não. Tinha sido breve: posso ir à cozinha?

Oh... porque não, estamos aqui exactamente, não é verdade? a expressão indicava um pensamento bem diferente.

Na verdade tinha pensado, a um certo ponto de abandonar a ideia do almoço e dedicar-me logo ao galanteio, mas a fome era tal e, no fim de contas, aquele adiamento podia ser uma boa táctica para aumentar o seu interesse para mim; com a condição que eu lhe mostrasse logo o meu. Ao ultrapassá-la, tinha-lhe deixado percorrer uma subtilíssima carícia nas costas.

Na dispensa não tinha muita coisa. Tinha improvisado com aquele pouco, carne crua cortada fina, pepinos em vinagre, iogurte, salsa congelada, tomates; e tinha-me aprestado para preparar quatro deliciosos escalpes. Tinha picado delgadamente os pepinos misturando-os depois com iogurte numa tigela, com um pouco de sal e um pouco de salsa que tinha antes descongelado um instante no fogo. Tinha deixado pousar de novo. No entanto tinha colocado ao fogo uma espessa frigideira anti-aderente, sobre uma viva chama, colocando um pedaço de papel branco. Quando tinha ficado acinzentado nos pontos em contacto com o fundo, tinha tirado o papel e estendido a carne na frigideira. Sempre na chama alta, tinha cozido por uns quatro minutos, dois para cada lado dos pequenos bifes, até que se tinha formado nos ambos uma pequena crosta morena. Tinha posto sal e servido em dois pratos, cobrindo a carne com um molho frio. Alguns tomates em rodelas para acompanhamento e adorno.

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