"Que tal se nós vamos para a mesa?"
"Boa ideia", disse Elisa. "Estou morrendo de fome."
"Eu fiz preparar a especialidade da casa. Espero que você goste."
"Não me diga que você conseguiu que cozinhassem o Masgouf!" Ela exclamou com espanto, abrindo os belos olhos verdes. "à quase impossÃvel encontrar o esturjão do Tigre nessa época do ano."
"Para uma companhia como a sua não podia que exigir melhor", disse satisfeito o Coronel, vendo que sua escolha parecia ter sido muito apreciada. Ele gentilmente estendeu a mão direita e convidou a doutora a segui-lo. Ela, sorrindo maliciosamente, apertou a sua mão e se deixou acompanhar à mesa.
O local era decorado no estilo tÃpico local. Luz quente e suave, grandes cortinas em quase todas as paredes descendo do teto. Um grande tapete com desenhos Eslimi e Toranjdar, cobria quase todo o chão, enquanto alguns menores foram colocados nos cantos da sala, para enquadrar o tudo. à claro, a tradição queria que a refeição fosse consumida sentados no chão em travesseiros agradáveis e macios, mas, como bom ocidental, o Coronel tinha preferido uma mesa 'clássica'. Essa foi cuidadosamente preparada e as cores escolhidas para a toalha eram perfeitamente compatÃveis com o resto da sala. Um fundo musical onde uma Darbuka9 acompanhava a batida Maqsum10 a melodia de um Oud11 , gentilmente preenchia toda a sala.
Uma noite perfeita.
Um garçom alto e magro se aproximou e educadamente, com uma reverência, convidou os dois convidados para se sentar. O Coronel fez Elisa se acomodar e a ajudou com a cadeira, em seguida, sentou-se na sua frente, tomando cuidado para não fazer a gravata cair dentro do prato.
"Ã realmente lindo aqui", disse Elisa, olhando ao redor.
"Obrigado", disse o Coronel. "Devo confessar que temia a sua opinião. Então eu pensei sobre sua paixão por esses lugares e pensei que poderia ser a melhor escolha."
"Acertou em cheio!" Elisa exclamou mostrando mais uma vez o seu maravilhoso sorriso.
O garçom abriu uma garrafa de champanhe e, enquanto enchia os copos de ambos, um outro se aproximou com uma bandeja na mão, dizendo: "Para começar, por favor, aceite um Most-o-bademjan.12 "
Os dois comensais pareciam satisfeitos, pegaram os dois cálices e beberam novamente.
A cerca de uma centena de metros do local, dois tipos estranhos em um carro escuro mexiam em um sofisticado sistema de vigilância.
"Você viu como o Coronel mima a donzela?" disse sorrindo um decididamente obeso, que estava no banco do motorista, enquanto mordia um enorme sanduÃche e se enchia de migalhas barriga e calças.
"Foi uma ideia genial colocar um emissor no brinco da doutora" respondeu o outro, muito mais magro, com os olhos grandes e escuros, que bebia café da um copo grande de papel marrom. "A partir daqui podemos perfeitamente ouvir tudo o que eles dizem."
"Olha, para não criar problemas e registra de tudo", avisou, "caso contrário, vão nos fazer pagar por esses brincos."
"Não precisa se preocupar. Eu conheço muito bem esse aparelho. Não vai escapar mesmo um sussurro."
"Devemos que descobrir o que realmente descobriu a doutora", acrescentou o gordo. "Nosso lÃder tem investido muito dinheiro para seguir secretamente esta investigação."
"Não deve ter sido fácil vista a forte estrutura de segurança que o Coronel preparou." O homem magro olhou para o céu com cara de sonhador e acrescentou: "Se tivessem dado a mim um milésimo de todo aquele dinheiro, agora eu estaria deitado sob uma palmeira em Cuba, tendo como única preocupação a de escolher entre uma Margarita ou uma Piña Colada."
"E talvez com um monte de garotas em biquÃni que passam o filtro solar em você", disse o gordo, caindo na gargalhada, enquanto o movimento da barriga fazia cair no chão parte das migalhas.
"Este aperitivo é delicioso." A voz da doutora saiu ligeiramente distorcida pelo pequeno alto-falante no painel. "Devo confessar que eu não esperava encontrar por trás dessa fachada de militar rude, um homem tão refinado."
"Bem, obrigado Elisa. Eu também não esperava que atrás de uma doutora tão altamente qualificada, além de muito bonita, tivesse também uma mulher muito gentil e agradável" disse a voz do Coronel, sempre um pouco distorcida, mas com um volume ligeiramente inferior.
"Olha como eles flertam", disse o homão no banco do motorista. "Eu acho que eles vão acabar na cama."
"Eu não tenho tanta certeza", afirmou outro. "A nossa doutora é muito, muito inteligente e não acho que um jantar e alguns elogios decadentes podem ser suficientes para fazê-la cair em seus braços."
"Dez dólares que ela não passa dessa noite", disse o homem gordo estendendo a mão direita para o colega.
"Ok, aceito", exclamou o outro apertando a mão grande.
Astronave Theos - O Objeto Misterioso
O objeto que se materializou diante dos dois companheiros atônitos, definitivamente não era nada que a natureza, apesar de sua imaginação infinita, pudesse criar de forma independente. Parecia uma espécie de flor metálica com três pétalas longas, sem haste, com um pistilo central com uma forma ligeiramente cônica. O lado de trás do pistilo tinha a forma de um prisma hexagonal, com a superfÃcie de base ligeiramente maior do que a do cone posicionado no lado oposto e que servia como suporte para a estrutura inteira. A partir dos três lados do hexágono ramificavam pétalas equidistantes retangulares, com um comprimento de pelo menos quatro vezes maiores do que a base.
"Parece um tipo de velho moinho de vento, como aqueles que eram usados séculos atrás, nos grandes pratos do leste", disse Petri, sem tirar os olhos do objeto, nem por um segundo, mostrado na tela grande.
Um arrepio percorreu as costas de Azakis, quando regressava à mente alguns protótipos antigos que os Anciãos tinham sugerido estudar antes da partida.
"à uma sonda espacial" disse com a decisão Azakis. "Eu vi alguns, feitas mais ou menos dessa forma, nos velhos arquivos da rede" disse que, enquanto se apressava a encontrar através a N ^ COM, mais informações sobre o assunto.
"Uma sonda espacial?" Petri disse, e se virou com ar assustado em direção ao seu companheiro. "E quando foi lançada?"
"Eu acho que não é o nosso."
"Não é nosso? O que quer dizer, meu amigo?"
"Quero dizer que não é e nem é estada construÃda nem lançada por um dos habitantes do planeta Nibiru."
O rosto Petri ficou cada vez mais preocupado. "Como assim?" Não me diga que você acredita naquela estupidez sobre alienÃgenas, hein?"
"O que eu sei é que nada desse tipo jamais foi construÃdo no nosso planeta. Eu verifiquei todo o arquivo da rede e não há nenhuma correspondência com o objeto que vemos. Nem mesmo nos projetos nunca realizados."
"Não é possÃvel!" disse Petri. "O seu N ^ COM deve estar fora de fase. Controla bem."
"Sinto muito Petri. Eu já verifiquei duas vezes e tenho absoluta certeza de que essa coisa não é nossa."
O sistema de visão de curto alcance gerou uma imagem tridimensional do objeto, recriando minuciosamente em seus mÃnimos detalhes. O holograma flutuava ligeiro no meio da sala de controlo, suspenso a cerca meio metro do solo.