Amy Blankenship - Uma Luz No Coração Da Escuridão стр 19.

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— Eu estava me arrumando para ir lá e ver se eu a encontrava.

Kotaro suspirou enquanto Toya começava a vociferar algo sobre garotas idiotas. Não querendo perder tempo, ele se virou para a porta.

— Obrigado, Shinbe — disse ele sobre o ombro enquanto saía agora mais preocupado do que nunca. Ele só esperava que Kamui estivesse com ela, protegendo-a de alguma forma.

Shinbe inclinou a cabeça para o lado olhando sobre o ombro de Toya quando Kotaro partiu, e então ele se endireitou para franzir a testa para Toya.

— O que está acontecendo e por que Kotaro estava aqui? — A preocupação brilhou em seus olhos de ametista. Ele sempre gostou de Kotaro, mas não podia confessar isso a Toya sem ser rotulado como um traidor.

Toya tirou as chaves do bar enquanto respondeu:

— Vou te contar no caminho.

Ele virou-se e partiu para a porta, sequer se preocupando se Shinbe estava indo atrás. Ele odiava estar sem Kyoko. Isso sempre fazia com que ele se sentisse confuso. Era hora de encontrá-la e colocá-la de volta no seu lugar: ao lado dele.

Capítulo 5

Kyoko não gostou da forma como Yohji estava reagindo ao rubor dela e sentiu seu ressentimento começar a surgir. Empurrando o máximo que pôde com as palmas das mãos pressionadas contra o peito dele, seus olhos dispararam faíscas irritadas enquanto tentava novamente fazê-lo soltá-la.

— Olha, quero que me solte agora, Yohji! Estou aqui com alguém. — Seus olhos se arregalaram quando ele simplesmente deu uma olhada presunçosa e a prendeu de novo.

— Merda! - Kyoko enfureceu-se e pisou forte com o pé, tentando atingir o dedo do pé de Yohji.

Do outro lado do salão, Tasuki levava um chá normal de volta à mesa. Olhando para a porta para ver se ele podia detectar Kyoko, seus olhos escureceram ao notar que Yohji a assediava. A maioria das pessoas que o conhecia acreditava que Tasuki era um típico americano, meigo, companheiro e o mais popular na escola, mas ele tinha um temperamento oculto.

Yohji estava à beira de testemunhar isso se ele não tirasse as mãos de Kyoko.

A ira de Tasuki estava estampada em seu rosto enquanto ele atravessava o salão para resgatar sua doce Kyoko. Ele sabia, depois de ouvir outros conversarem na faculdade, que Yohji e seu irmão eram agressivos com as meninas e até foram acusados de estupro mais de uma vez.

Quando ele se aproximou deles, viu o irmão de Yohji, Hitomi, ao lado dele, mas Tasuki não deixou que isso o impedisse. Aqueles dois caras eram venenosos e ele sabia disso. Os olhos de Tasuki ganharam uma sombra iluminada de ametista enquanto avançava. Sua adrenalina estava alta e ele travou os dentes ao ver Kyoko lutar para se libertar.

A sobrancelha de Kyoko começou a se contrair quando a mão de Yohji percorreu suas costas e segurou sua bunda firmemente, forçando-a a encaixar-se nele. Ela podia sentir sua lascívia enquanto ele sorriu maliciosamente para ela.

— Chega! — Ela ergueu a mão com tanta rapidez que Yohji nem viu, até que ele ouviu o estalar em sua orelha.

O irmão de Yohji, Hitomi, ouviu o som e se virou para olhar o rosto vermelho de seu irmão. Ele sorriu, entendendo, mas depois olhou por cima de Yohji e viu o menino chamado Tasuki vindo em direção a seu irmão com um olhar lívido no rosto.

Sabendo que seu irmão poderia cuidar da menina relutante sozinho, Hitomi deu um passo para frente e ficou diretamente no caminho de Tasuki.

— Onde pensa que está indo, garotinho?

Tasuki olhou além de Hitomi, seus olhos se chocando com os de Yohji. Ele podia ver a mão de Yohji acariciando Kyoko. Sem pensar, ele jogou todo o seu peso no soco dado no estômago de Hitomi. Para seu espanto, o outro menino mal se moveu.

Sendo muito maior do que o calouro da faculdade, Hitomi deu um soco em Tasuki, fazendo-o voar em direção à parede do corredor. Ele encolheu os ombros, imaginando que o garoto não voltaria e se voltou para ver o seu irmão curtir seu novo brinquedo.

Ver a luta da menina para se soltar trouxe um sorriso aos lábios de Hyakuhei.

— Então, essa garota não é fácil de ser domada. Terei prazer em amansá-la. — Olhando para o jovem que tinha vindo defender a honra de Kyoko, Hyakuhei decidiu quem ele queria como seu mais novo recruta.

Ele rapidamente pegou o garoto chamado Tasuki antes que ele se chocasse com a parede.

Seus sentidos lhe disseram que o menino ainda era puro, virgem. Que estranho. Rapidamente escondendo-os na escuridão para evitar que os outros vissem, Hyakuhei olhou para ele. Ele havia observado como Tasuki interagia com esta menina e várias outras. Ele seria uma boa escolha.

— Bem-vindo à escuridão, meu filho — sussurrou enquanto afundava suas presas na veia de Tasuki. Os olhos de Hyakuhei se arregalaram com o sabor do sangue do menino. Um poder escondido? Tinha gosto de ametista. Ele agarrou o menino mais apertado, querendo mais.

Tasuki tomara o golpe no rosto com segurança, já que tinha tanta adrenalina pulsando dentro de si. Ele planejou revidar, mas, como havia braços o envolvendo por trás, tudo ficou escuro e ele se sentiu paralisado por um medo imediato. Uma voz suave e quase sedutora deu-lhe as boas-vindas à escuridão.

Ele ofegou quando sentiu dentes afiados em seu pescoço. À medida que sua vida se esvaía, seus últimos pensamentos foram em Kyoko e o quanto ele precisava chegar até ela. Ele estava estendendo a mão em uma última tentativa de ir até ela quando o esquecimento veio, tomando seu último suspiro.

*****

A mão de Kyoko ainda queimava do impacto que tinha feito com o rosto de Yohji. Ela queria se encolher agora que podia sentir muitos olhos curiosos sobre ela. Não ajudou nada o fato da bofetada ter soado como um tiro.

Dane-se tudo! Isso foi o que ela tentou evitar, mas não, Yohji tinha que ser um idiota. Falando em idiotas, ele ainda não havia tirado as mãos de cima dela. Ela lentamente olhou de volta para ele. Pelo olhar irritado nos olhos dele, ela viu que ele não planejava soltá-la.

Ela devolveu o olhar enfurecido, esperando para ver se ele revidaria ou a soltaria. Se ela fosse apostar, escolheria a primeira opção.

Kyou sabia que o pequeno tapa de uma garota não era compatível com a lascívia que vinha do cara que a segurava com tanta força. Ele mentalmente destruiu o pervertido por ousar tocar o que ele pretendia reivindicar como sua posse. De repente, tomou uma decisão, não se importando mais se Hyakuhei o detectou ou não. Assim que Kyou se moveu para sair das sombras, com a intenção de afastá-la do assediante, ele ouviu um grunhido profundo.

Momentaneamente atordoado, Kyou sabia que esse tipo de rosnado só pertencia a um licantropo. Seus olhos dourados seguiram o som para sua origem. O som continuava a vibrar da entrada, a apenas alguns metros da menina. A raiva do lobo inundou o corredor cheio de gente.

Os olhos de Kyou se estreitaram na cena, imaginando se ele podia confiar em uma força atemporal estando tão perto da garota. Ele não via um licantropo desde que havia sido transformado pela primeira vez e, depois, ele apenas se distanciou. Se lembrou de ter dito uma vez para Toya que vampiros e lobisomens não se misturavam. Toya perguntou-lhe por que, mas ele não havia respondido porque só estava repetindo as palavras de Hyakuhei e não sabia o motivo.

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