Amy Blankenship - Laços Que Unem стр 7.

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O xamã da sua tribo tinha-lhe ensinado tudo sobre plantas e a forma como elas podiam curar ou danificar o corpo. Ele tinha usado esse conhecimento e criado a mistura certa para causar a ligeira paragem de Isabel. Tinha sido a única coisa de que se tinha lembrado que faria Angel voltar.

- Eu não mereço nenhum louvor por a encontrar – admitiu Hunter, de consciência pesada.

Angel sorriu suavemente, sabendo que Hunter não tinha um único vestígio de prepotência no seu corpo. Querendo que ele soubesse o quanto ela estava agradecida pelo que ele fizera, colocou-se nos bicos dos pés e deu-lhe um, suave e fugaz, beijo nos lábios.

Quando ela se afastou, os seus olhares cruzaram-se por um tempo. Angel inspirou, bruscamente, sentindo os pequenos relâmpagos atingirem-na estômago abaixo e pelas pernas acima. Esta não foi a primeira vez que ele tinha causado esta reação dentro dela, mas era a primeira vez que não era suposto sentir isto por ele. Agora ela tinha um namorado… estar apaixonada por Hunter era um tabu.

Angel engoliu em seco, enquanto deu um passo atrás. – Obrigado por salvares a minha avó. Não sei o que iria fazer se a tivesse perdido.

Hunter semicerrou os olhos, sabendo que ela estava a negar o que ambos tinham acabado de sentir. Talvez não a negar, mas a ignorar definitivamente. Ele não fazia intenção de a deixar escapar… aliás, ele pretendia lembra-la de que ele não era esquecido assim tão facilmente.

Esticando-se, agarrou a mão dela e avançou para as portas da frente. – Vamos, temos de te instalar.

Ashton apertou o parapeito da janela com tanta força que ouviu a madeira estalar. Angel nunca lhe tinha dado razões para se sentir com ciúmes antes, mas não gostou nada da forma como olhou para Hunter… a forma como ela o beijara. Não gostou nem um pouco. Ele não a tinha deixado vir para casa só para a ver atirar-se a outros rapazes.

Angel entrou no elevador afastando o resto da eletricidade que beijar Hunter lhe tinha causado. – Então, onde é que eu vou dormir? – ela sorriu, sabendo que era um jogo que eles costumavam jogar.

Os quatro, Tristian, Ray, Hunter e ela costumavam tirar os registos da secretária e trocar os quartos para causar confusão em massa. Eles costumavam ter em tantos sarilhos por causa daquilo que era engraçado o facto de Hunter estar encarregue da mesma coisa que costumava fazer com que gritassem com eles.

Hunter encolheu os ombros. – Calculei que fosses querer ficar ao lado do teu irmão – ele esticou-se e carregou no botão para o quarto andar. – Por isso, pus-te no teu velho quarto.

- Fico contente saber que ainda tenho um quarto grande – ela sorriu, sabendo que os quartos do último andar eram enormes, comparados aos lá de baixo. Além disso, ia ser bom sentir-se completamente em casa de novo. – Obrigado.

- Eu sempre achei que vocês os dois eram um bocado mimados – brincou Hunter – foi por isso que decidi mudar-me também – ele tirou a chave do seu bolso. Tinha-se mudado para o quarto mesmo ao lado do dela quando se mudou para lá o mês passado. Tinha feito com que ele se sentisse mais próximo dela, mesmo estando ela longe.

- Quando é que te mudaste para o santuário? – perguntou Angel. Ele e Ray conduziam de trás para a frente todos os dias para que pudessem passar a noite com a mãe deles… mesmo antes de Ray ter a sua carta. Ele e Ray sempre amaram imenso a sua mãe e asseguravam-se que ela estava sempre bem tratada.

Quando as portas se abriram, Hunter colocou a sua mão na ponta da porta do elevador para a manter aberta. – Desculpa Angel… eu disse ao Tristian para não te dizer. Não queria que te preocupasses connosco – os seus olhos escureceram, sabendo que ela tinha todo o direito de ficar chateada se quisesse.

- Então diz-me agora – Angel tinha um mau pressentimento. Hunter nunca lhe tinha escondido nada e ela perguntou-se se estar fora todo aquele tempo tinha causado isto. – O que é que eu não sei?

- A nossa mãe morreu o mês passado quando a nossa casa pegou fogo, acidentalmente – ele engoliu em seco, continuando a não querer tocar assunto. – Os bombeiros disseram que pareceu que ela estava a cozinhar e deve ter adormecido.

Os lábios de Angel abriram quando os olhos dele começaram a brilhar com lágrimas, por cair. – Meu Deus, Hunter… lamento imenso. Quem me dera que me tivesses dito… tinha voltado mais cedo.

- Não queria que o fizesses… ver-me assim – confessou ele, enquanto ela colocou os seus braços à sua volta, pela terceira vez na última meia hora.

Largando a porta, ele deixou-a fechar enquanto se esticava para carregar no botão de paragem. Colocando as palmas das mãos nas costas dela, Hunter não conseguiu evitar puxá-la contra si, deixando o cheiro do seu cabelo acalmar a dor que tinha dentro de si. Esta dor não tinha nada a ver com a sua mãe.

Angel não pensara em fazer nada mais que confortá-lo, mas assim que os seus corpos se tocaram, viu-se encostada contra a parede do elevador e com uma das pernas dele entre as suas coxas, fazendo com que uma chama ardesse em ambos de novo.

- Meu Deus, Angel – murmurou Hunter contra a suave pele do seu pescoço, enquanto ele sentia o seu calor do seu centro subir até ao tecido que tapava a perna dele. Pressionando a sua coxa contra ela, levantou a cabeça e apanhou-lhe os lábios, num beijo frustrado. As suas mãos viajaram pelos braços dela e capturaram as suas mãos. Deslizando os seus dedos pelos dela, empurrou-os contra a parede conhecendo-a bem o suficiente para saber que ser dominada era algo que a excitava. Se quase contasse como sexo, eles tinham sido amantes há muito tempo.

No início, Angel beijou-o de volta perdendo-se nas sensações que ele lhe estava a causar, mas depois a imagem de Ashton apareceu na sua mente, quando ela virou a cabeça, rompendo o beijo. Ela gemeu, suavemente, quando sentiu a respiração ardente no seu pescoço. Tirando as suas mãos das dele, colocou-as no seu peito e empurrou-o.

- Hunter? – Angel manteve os olhos no chão com um medo, súbito, do que veria quando olhasse para ele – Desculpa, eu…

- Shhh… - ele colocou os dedos debaixo do queixo dela e levantou-o para que ela olhasse para si. Ele já sabia porque é que ela estava a parar. Ashton Fox já tinha perdido… apesar de ela ainda não o saber. Os seus olhos escureceram, atraentemente, enquanto ouvia a sua respiração ofegante por causa de um simples beijo.

- Não peças desculpa… nunca devias pedir desculpa por e amar. Pelo menos sei que me perdoas por não te ter contado sobre a minha mãe – Hunter largou-a forçando-se a dar um passo atrás e a carregar no botão para que as portas se abrissem para ela.

Sabendo que ele iria falar da sua mãe quando estivesse pronto Angel virou-se e fugiu do elevador, deixando de confiar em si mesma para estar sozinha com ele. Assim que teve a certeza de que ele tinha desaparecido, abrandou o seu passo.

Pobre Hunter… e Ray. Eles sempre foram carinhosos com a mãe deles e ela sempre os amou imenso de volta. Angel lembrou-se de ter desejado que ela e a sua mãe tivessem aquele tipo de relação. Mas a sua mãe era-lhe uma estranha… sempre fora.

Quando as portas do elevador se fecharam depois de ela sair, Hunter colocou as suas mãos contra a mesma parede onde a tinha encostado… empurrando-a com frustração. Se contar até dez resultasse. Fechando os olhos, fê-lo na mesma, forçando a sua respiração a voltar a algo que se assemelhasse a normal. Quando se endireitou e abriu os seus olhos, estava completamente calmo, de novo.

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