L. G. Castillo - Lash стр 7.

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— Você está falando sobre suas sardas? — Javier gritou enquanto passava por eles, arrastando um par de sacos de lixo cheios. — Elas dão boa sorte — disse ele antes de desaparecer no jardim da frente.

— Papai. — Ela gemeu.

— Viu? Até seu pai acha que dá boa sorte — disse Chuy.

— Eu tenho que ver isso. — Mateo deu um passo em direção a Naomi.

Chuy ficou na frente dele e colocou a mão em seu peito, mantendo-o à distância. — Sem chance, cara. É uma coisa de família.

— Sério, Chuy, você está ficando supersticioso como Welita. Só porque minhas sardas formam o número sete, isso não significa que dão sorte. Se fosse, você acha que eu deixaria Welita morar neste bairro... com você? — Era uma marca estranha na parte de trás do seu pescoço. Ela não tinha notado isso aparecendo até um dia, quando ela e Chuy foram nadar. Ele tinha se esgueirado atrás dela e estava prestes a empurrá-la na piscina quando notou a marca de formato estranho. Welita lhes dissera que Naomi nasceu com isso e que ela estava destinada a algo especial. Chuy entendeu que era um amuleto de boa sorte.

— É sorte. Na semana passada, depois de massagear seu pescoço, comprei um bilhete de loteria e ganhei cinquenta dólares.

Ela se irritou. — Eu pensei que você estava tentando ser legal porque eu estava tão estressada durante a última semana de aula!

Chuy tentou tocar seu pescoço novamente, e ela bateu nas mãos dele. — Pare com isso! Eu não sou um gênio em uma garrafa.

— E se eu deixar você entrar na minha aula de autodefesa?

Chuy se oferecera para dar aulas de autodefesa no centro comunitário local e ela estava pedindo a ele durante semanas para deixá-la entrar. Morando em Houston, especialmente neste bairro, autodefesa era algo que toda mulher precisava saber.

Naomi suspirou. — Tudo bem. — Ela levantou o cabelo e puxou a gola de sua camisa. — Depressa, acabe logo com isso.

Chuy deu um rápido esfregar. — Aí, isso não foi tão ruim, foi?

— Ugh, vá embora. E leve seus amigos com você. — Ela o empurrou de brincadeira e foi procurar o pai.

3

Naomi jogou o último saco na lata de lixo e sentou-se em frente ao pai nos degraus da varanda da frente. Ele estava brincando com uma moeda vermelha, seu símbolo de sobriedade de um mês, lançando-a por entre os dedos. Ela se encostou no corrimão olhando as estrelas no céu sem nuvens e ambos ficaram em um silêncio confortável, não querendo perturbar a rara quietude da noite. Tiros e sirenes soando à distância eram comuns. Mesmo que Naomi morasse a poucos quilômetros de distância, ela se preocupava com a avó e Chuy morando em um bairro tão perigoso.

— Você se divertiu, Mijita? — Perguntou Javier.

— Eu adorei, pai. — Naomi olhou para a garrafa marrom que ele segurava. Ela esperava que ele não estivesse bebendo de novo.

— É cerveja de raiz — disse ele, lendo a expressão em seu rosto. — Eu sei que você está preocupada que eu vou começar a beber de novo. Você tem a minha palavra que não vou beber novamente.

— Você mantém contato com seu padrinho?

— Todo dia.

— Bom.

Seu pai ficou quieto por um momento, se mexeu e limpou a garganta antes de falar. — Há algo que eu quero te dar.

— Papai...

— Antes de dizer não, deixe-me explicar. — Ele deu um tapinha no local ao lado dele. — Venha aqui.

— Mas...

— Por favor, isso é importante.

Ela deslizou através do degrau, e o desconforto tomou conta enquanto esperava que seu pai falasse. A última vez que ele fez a cara que estava fazendo agora foi quando teve que dizer a ela que sua mãe morreu.

Ele enfiou a mão no bolso e tirou um delicado colar de prata. Faíscas azuis e brancas brilhavam nos minúsculos diamantes que se alinhavam no crucifixo enquanto pendia sob a luz da varanda ‒ o colar de sua mãe. Lágrimas nadaram em seus olhos quando se lembrou de estar sentada na cama do hospital, a mãe pálida de dor, círculos escuros sob os olhos, as bochechas magras, mas sempre que ela tocava o colar, a paz cintilava em seus olhos. Sua fé era tão forte; Era algo que Naomi desejava que também tivesse.

Ela deslizou os dedos, sentindo o toque frio da prata. Quando a mãe morreu, o pai guardou-a numa pequena bolsa aveludada e levava-a sempre consigo. — Eu não posso.

— É seu — disse ele, sua voz soando alta na noite tranquila, mesmo que ele falasse com um sussurro.

Naomi baixou a mão. — Isso pertence a você.

Ele pegou a mão dela e virou-a. Ele largou o colar na palma da mão e olhou para o colar por um momento antes de fechar a mão dela. Colocando a mão sobre, ele olhou em seus olhos com um olhar firme. — O futuro está em suas mãos.

— Papai, eu...

— Você ouviu o que eu disse?

— Sim, mas...

— Vou me sentir melhor sabendo que você tem isso. Você está crescida e tem uma vida plena à sua frente. Você precisa sair para se divertir, conhecer alguém especial. Quando foi a última vez que você foi a um encontro?

Naomi fez uma careta. Havia algo sobre ver seu pai perder o amor de sua vida que colocava a palavra namoro em perspectiva. Ela pensou em todos os caras que tinha namorado antes, e não conseguia pensar em um com quem se importasse tão intensamente quanto seus pais se importavam um com o outro.

— Eu não estou interessada em namorar, pelo menos não por agora.

Javier sacudiu a cabeça. — Não se feche para o amor, Mijita. Quando for a hora certa, a pessoa irá encontrá-la. Tudo que você precisa é ter fé. — Ele pegou o colar da mão dela e colocou-o em volta do pescoço.

Naomi estudou seu rosto e se perguntou por que ele estava agindo tão estranho. Ele parecia querer contar mais a ela, então ficou em silêncio, esperando que ele falasse. Em vez disso, ele suspirou e se levantou.

— Onde você está indo? — Ela perguntou, surpresa por ele estar saindo.

— Trabalhar. — Ele tirou as chaves do carro do bolso. — Estou fazendo limpeza no escritório à noite.

— Você tem dois empregos de meio período?

— Eu tenho um monte de contas para pôr em dia. Não olhe para mim assim. — Ele bateu na linha de expressão no meio de sua testa. — Você vai ter rugas antes dos trinta anos.

— Agora que você está melhor, talvez possa conseguir um emprego de TI. — Ela olhou para longe, sabendo que até mesmo o seu diploma em ciência da computação não poderia apagar o rastro de repreensões que recebera de seus empregadores anteriores. Ela não podia deixar de manter a esperança de que em uma cidade grande como Houston, ele pudesse encontrar um emprego e que alguém lhe desse um novo começo antes que o mundo da tecnologia decolasse.

— Talvez. — Javier ligou a ignição, e as luzes que envolviam o Mustang piscaram para a vida.

— Você e Chuy fizeram um bom trabalho. — Naomi se afastou para ver melhor. — É muito legal. Vocês dois deviam entrar nesse negócio juntos.

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