Com alguns passos, chegam à mesa, acomodam-se em duas cadeiras ao redor dela e enquanto comem vão trocando informações.
Como é seu nome mesmo? (Emanuel)
Meu nome é Aldivan Teixeira Tôrres, mas também sou conhecido como filho de Deus, vidente e Divinha.Como disse, sou escritor, autor da série O vidente.
Massa! E qual seu Gênero?
Escrevo ficção romance. Meu objetivo na literatura é contribuir com a minha experiência de vida a fim de que muitos se transformem.
Eu amo ler. Tem algum livro seu para me mostrar?
Eu tenho. Espere um instante.
O filho de Deus pega sua mochila, a abre e tira um exemplar de seu primeiro livro publicado (Forças opostas) e entrega a Emanuel.Com um olhar rápido, o mesmo visualiza a sinopse, a capa, o sumário e a introdução e depois retoma o contato.
Muito interessante. Gostei muito. Posso ficar com ele?
Claro. É seu.
Obrigado.
Emanuel guarda o livro ao seu lado e ambos ficam em silêncio por um instante concentrando-se no almoço. Por um momento, os olhos de Emanuel brilham como se tivesse tido uma ideia. Retoma o contato com o amigo ao seu lado.
Olha, você acha que foi uma mera coincidência nosso encontro?
Eu não sei. Eu não acredito em coincidências.
Eu também não acredito e tenho uma proposta a lhe fazer.
Qual?
Quero ser seu parceiro em uma nova série.
E o que o credencia para que eu o aceite?
Eu tenho um dom especial. Consigo captar exatamente os pontos vitais dos problemas, os focos importantes de todas as histórias. Um exemplo foi ter te encontrado e salvo sua vida no momento preciso. Além disso, tenho contatos importantes por todo o mundo que lhe serão muito úteis.
Ahan.Especificamente quais são estes focos?
Relativos a área religiosa. Isto te interessa?
Muito. E o que sugere como nossa primeira aventura?
Emanuel olha para o relógio em seu braço e parece se decepcionar. Após, retoma o contato.
Quando você pode me visitar para que conversemos melhor?
Ir a Jeritacó? Nem sei onde fica.
Há lotação de Ibimirim para lá durante toda a manhã. Chegando lá, você se informa onde fica a minha casa. O povoado é pequeno e todo mundo me conhece.
Ok. Vou pensar no seu caso e provavelmente se puder ir vai ser no sábado. Tem algum contato?
Eu tenho celular, mas ele só pega área na cidade. Mas como disse chegando lá você me encontra. Bem, agora tenho que ir se não perco a lotação.
Ok. Até.
Tchau.
Emanuel aperta as mãos do filho de Deus e dirige-se a saída apressadamente deixando-o cheio de dúvidas. Entre as principais questões que se passavam em sua mente estavam: Quem era realmente ele? O que pretendia? Por que sentia que o conhecia há um longo tempo? Era realmente um grande mistério que o instigava cada vez mais. No entanto, no momento, estava muito atrasado e como não tinha avisado nada sua família deveria estar preocupada. A aventura ficaria para outro dia.
O filho de Deus então recolhe seu prato. Ajeita sua mochila e levanta-se caminhando em direção ao caixa. Entrega o prato, o recibo e o dinheiro. Espera o troco e quando o recebe sai do estabelecimento iniciando o percurso até o ponto de lotação o qual ficava bem próximo.
A largas passadas, segue em frente por uns trezentos metros, atravessa no mesmo cruzamento e ufa! Nada aconteceu, pois, o horário era de pouco movimento. Pega então a direita, caminha mais cem metros, dobra à esquerda e já chega ao destino.
Eram 14:30 Hs e por sorte ou razão do destino só faltava uma pessoa para o carro lotar. Imediatamente, dirige-se ao automóvel com a companhia dos fiscais e escolhe um bom lugar ao lado duma jovem loira esbelta e uma senhora de meia idade mais cheia na segunda carreira de poltronas da vã. Cumprimenta as duas rapidamente, o motorista e então é dada a partida. Despedia-se brevemente da sua querida Arcoverde prometendo voltar no outro dia.
O carro segue sentido centro-Boa vista-Rodovia BR 232 e enquanto corre em seu ritmo frenético o filho de Deus aproveita para puxar conversa com suas vizinhas de canto.
Oi, tudo bem? Tu vens sempre a Arcoverde?
Sim. Pesqueira tem poucas opções na realização de exames mais apurados o que me obriga vir sempre aqui. (Senhora de meia idade)
Eu estava na casa de meu irmão. Havia séculos que não o visitava. (Jovem loira)
Qual é o nome de vocês? (O filho de Deus)
Georgia. (Senhora de meia idade)
Karla. E o seu? (Jovem loira)
Aldivan Teixeira Tôrres mas podem também me chamar de Vidente ou filho de Deus.
Vidente? É sério? (Geórgia)
Sim. Tenho um dom maravilhoso ainda não desenvolvido, mas que me é bastante útil. (O filho de Deus)
Interessante. (Geórgia)
E filho de Deus? Não é muita pretensão sua? (Karla)
Não me tenham como prepotente. Não fui eu que escolhi este título e sim as entidades que me acompanham. (O filho de Deus)
Caramba! Estou passada! (Karla)
Cada vez mais impressionada com este jovem. (Geórgia)
Não se impressionem. Apesar das especificidades sou um jovem absolutamente normal que busca o sentido da vida. Quero com a literatura propagar uma mensagem de esperança para que muitos assim como eu sintam-se transformados pela ação do espírito. É isso. (O filho de Deus)
Muito bom. Desejo sorte em seu caminho. (Geórgia)
Quero muito ler seus livros pois ainda me sinto perdida. (Karla)
Obrigada as duas. Isto me dá um combustível a mais para eu prosseguir com meus sonhos. (O filho de Deus)
O destino se aproxima, o carro dobra a direita e entra numa via estreita. Com alguns poucos metros, o vidente despede-se, paga a passagem e finalmente desce. Caminha mais alguns metros e chega a casa.
Adentra na sua residência, na sala é recebido com carinho pelos familiares e então se dirige ao seu quarto onde troca de roupa rapidamente e guarda a mochila. Após, sai do quarto, passa pela sala e corredor e finalmente chega à cozinha. Neste respectivo ambiente, lava as mãos na pia, as enxuga no pano, prepara seu prato com o que tinha disponível (massas, arroz, feijão, farinha, carne, salada, verdura e suco) e finalmente senta numa cadeira ao redor da mesa principal. Teria agora quinze minutos de respiro para se alimentar e descansar um pouco.
Após o almoço, vai novamente ao quarto onde tira a roupa, veste uma toalha e pega xampu, sabonete e hidratante. Daí dirige-se ao banheiro da casa onde tomaria um banho bem rápido. E assim se faz. Quinze minutos depois, já está de volta ao quarto de banho tomado e roupa trocada.
Agora era o vidente e o computador no seu mister de escritor. Trabalharia o restante da tarde, jantaria e continuaria com os trabalhos á noite. Tudo em prol dum grande sonho: Conquistar o mundo com suas palavras.
Ao final do dia, dormiria e isto geralmente era cedo. Esta é a rotina diária do sonhador, o vidente da gruta e neste dia especial (trinta de outubro) estava especialmente tocado com a experiência junto à Emanuel, o jovem que lhe fizera uma proposta importante que poderia mudar sua carreira.
Decisão
Passam-se mais dois dias chegando o sábado. Bem cedinho, o filho de Deus levanta-se, espreguiça-se, tira a roupa, veste uma toalha, pega xampu, sabonete, barbeador, creme de barbear e hidratante e dirige-se ao banheiro passando pelas duas salas e corredor da sua residência. Chegando ao respectivo compartimento, coloca os apetrechos necessários na pia, tira a toalha, abre o chuveiro e começa a inundar seu corpo com a água fria da cisterna o que é muito refrigerador.