Torre Evelyn - Agentes Da Lei E Assaltantes стр 3.

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A treliça quebrada da casa Gladstone destacava-se no final do beco.

Ellie apressou o passo. Neste ponto, ela desesperava-se para se livrar desta roupa encharcada.

O ar ficou tenso com o silêncio ao seu redor, e ela sacou a outra faca, de prontidão. A maioria se desviava da casa de Gladstone, tendo aprendido há muito tempo que não seria capaz de roubar ou mexer nessas caixas. Mesmo assim, alguns tentaram. Ela não passou por tudo que acabou de acontecer ao fugir dos gambés para ser apagada assim que entrasse na casa.

Ellie testou a maçaneta. A porta se abriu sem nenhum rangido. Para um prédio abandonado, a via principal permanecia intacta, mantida assim como um respeito silencioso aos poucos que se compadeceram e ofereceram remédios aos pobres. Em geral, uma dose de gim para a constituição era o máximo que os habitantes de seu cortiço podiam pagar.

As sombras caíam em cascata acima dela, nenhuma luz nesta casa de passagem. Ela enfiou a mão no bolso para pegar a lanterna que a irmã fizera para ela nas Indústrias Kylock. Alguns movimentos, e o dispositivo encapsulado fez tique-taque. Um fraco brilho de éter lançava raios esverdeados nas tábuas do piso à frente. O ar aqui cheirava a uma combinação de mofo e sabugueiro: rico e em decomposição, tudo de uma vez.

Ela contava os passos enquanto caminhava, atenta o tempo todo por uma respiração, um rangido ou um sussurro no escuro.

Ellie entrou na primeira sala, onde a mesa se estendia por toda a parede do fundo com uma dúzia de diferentes caixas de metal soldadas a ela. O remédio da mãe estava na de número seis hoje. Ela deu um passo à frente, passou o dedo pela costura superior para acordar a máquina e inserir o código de sete dígitos na longa fechadura de combinação presa ao lado da caixa. Após os primeiros quatro dígitos, um clique do mecanismo ecoou, e ela inseriu os outros de trás para frente.

A fechadura se abriu, e um suspiro escapou de seus lábios. Talvez ela pudesse escapar desta noite ilesa, afinal. Ellie enfiou a mão e guardou a garrafa no porta-moedas com o resto dos tesouros que ela roubou esta noite. O assobio de uma música escapou de seus lábios enquanto ela passeava pela porta da frente da casa de Gladstone.

Um clique soou à sua esquerda.

Um cano fulminou na direção dela, quase tão sombrio e feroz quanto o homem uniformizado empunhando a arma.

Capítulo Dois

A noite de Bernard começou complicada e piorou quando mais um corpo apareceu, obra do Açougueiro da Rua Broad.

Que, ao que tudo indicava, era a mulher diante dele, com base no exame superficial da patrulha no corpo. Os outros oficiais começaram a seguir o rio, mas quando ele entrou em cena, percebeu o rastro de pegadas molhadas do canal e continuou a perseguir o deslizar de uma sombra enquanto ela viajava de beco em beco.

— Está aqui para me prender, lindo? — a mulher perguntou, um sorriso como se ela não estivesse olhando para o cano de uma pistola.

Bernard a encarou bem.

A mulher diante dele não combinava em nada com o assassino que ele estava rastreando. Os outros policiais disseram que a viram pairando acima do corpo, coberta de sangue, mas aquelas facas não podiam cortar com a precisão que o Açougueiro cortava. Os olhos escuros beligerantes que o fitavam podem não pertencer a alguém que cumprisse a lei, mas ele não viu nenhuma frieza espreitando nos cantos. E ele enfrentara mais do que seu quinhão de assassinos.

— Suponho que deva denunciá-la pelos assassinatos de sete mulheres. — murmurou Bernard, as palavras escorriam com lentidão, enquanto continuava a avaliar.

Esta mulher esguia usava calças, uma blusa e um colete encharcado de seu mergulho no canal. Os olhos brilharam com um desafio descarado, e seus cachos pretos úmidos grudados ao longo do pescoço, alguns fios grudando em suas bochechas.

— Ora, vamos, um cavalheiro como você não tem maneiras melhores de passar horas fora do que pisando nesses distritos? — ela o olhava de frente, sem vacilar. — Todos sabemos que tipo de vigaristas fora-da-lei vagam pelos becos. Melhor nos deixar continuar a lutar, roubar e matar uns aos outros, enquanto vocês cuidam daquelas flores murchas com xelins de sobra.

— Fala pelos cotovelos para alguém com uma arma apontada para a cabeça. — comentou Bernard, embora tenha lutado contra o estremecimento de diversão.

No breve intervalo da conversa, ele descobrira algumas coisas sobre ela. O sotaque carregava o tom duro de alguém nascido e criado nesta vizinhança, ela brandia as facas ao ar livre como uma mulher acostumada a vagar por essas ruas à noite, e a bolsa ao lado pendia pesada.

— Bem, se me trancafiar, com certeza morrerei, então por que temer um destino mais rápido? — ela respondeu, erguendo uma sobrancelha delicada.

Bernard balançou a cabeça.

— Poderia ser o caso se eu pensasse que você é quem anda cometendo esses assassinatos.

As patrulhas pareciam estar em sua rotina habitual, tirando conclusões precipitadas antes mesmo de avaliarem a cena.

— Não acredita que uma mulher é capaz da tarefa? — Ellie mostrou os dentes com seu sorriso. — Encontrará a morte em um beco com essa lógica.

A ousadia dessa mulher era diferente de tudo que ele já havia encontrado. Bernard piscou por um momento antes de suspirar.

— Eu conheci muitos assassinos, homens e mulheres. Só não acredito que você seja um deles.

Uma carranca franziu a testa dela.

— Você seria o primeiro.

— Os padrões do Açougueiro são precisos e cuidadosos demais. Você é muito desleixada para caber na descrição, minha querida. — o dedo dele no gatilho começou a relaxar, contanto que ela não puxasse uma daquelas facas para ele, ele não planejava atirar.

Os patrulheiros devem tê-la avistado quando roubava o cadáver e correram ao fazer suposições. Todos os detalhes somados.

Ellie apertou a mão contra o peito.

— Eu deveria estar ofendida, meu bom cavalheiro.

Bernard ergueu as sobrancelhas e baixou a pistola.

— No entanto, suponho que não esteja. — ele não largou o punho, pronto para erguer a arma de novo se ela tentasse fugir.

No entanto, os olhos inteligentes da mulher já haviam se concentrado nesse movimento, e ela permaneceu plantada em seu lugar. A lasca de luar cintilou nos paralelepípedos rachados entre eles, destacando as rachaduras e fragmentos. Aqui, ao ar livre, não era o lugar para ter essa conversa.

— Suponho que não prefira conversar em meio a uma dose de gim? — a mulher arriscou, ela colocou as mãos nos quadris. — A menos que queira continuar esta conversa no frio arrepiante.

— Suponho que tem um lugar em mente? — Bernard respondeu, aliviado por ela ter feito a sugestão.

Ele jamais gostou muito de ficar por aí com as costas expostas.

A mulher balançou as sobrancelhas e deu um sorriso lascivo.

— O Rato Afogado. — ela disse antes de lançar um olhar superficial para a própria roupa.

Uma risada entrecortada escapou dela, e Bernard não pôde evitar que seu lábio se curvasse. Ela continuou:

— No entanto, com toda a franqueza, a taverna fica bem nessa mesma rua.

Bernard guardou a arma no coldre ao lado do corpo antes de oferecer a mão.

— É melhor eu me apresentar então. Sou o detetive Bernard Taylor.

Ela bateu a mão na dele com um forte tapa.

— Sou suspeita de ser assassina em série e ladina, Eleanor Whitfield. Embora possa me chamar de Ellie. Agora, vamos voltar para a taverna. A lareira de lá viria a calhar para me aquecer após meu passeio pelo canal.

Ellie deu o primeiro passo à frente, passou pela entrada da casa abandonada e entrou na rua de paralelepípedos.

Bernard balançou a cabeça, roçando o queixo com o polegar para esconder o sorriso. Esta mulher o seduziu assim que começou a falar. Ela podia ser uma violadora da lei, mas quanto mais falavam, mais ele confirmava sua avaliação de que ela não era a Açougueira da Broad.

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